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Emissões de gases

Agro brasileiro se destaca em metas ESG

Setor se destaca em combate a emissões, diz pesquisa da PwC

Agro brasileiro se destaca em metas ESG

A meta de redução das emissões de gases do efeito estufa já aparece com mais frequência nas estratégias de longo prazo das companhias do agro brasileiras do que no conjunto de empresas de todos os setores, segundo pesquisa da consultoria PwC. Nesse aspecto dos esforços de sustentabilidade ambiental, social e de boa governança (ESG, na sigla em inglês), o agro mostra-se em estágio mais avançado do que a média das empresas do Brasil e do exterior, a julgar pela pesquisa, ainda que as nuances das respostas sejam igualmente relevantes.

Entre os executivos do agro, 43% disseram que as metas de corte nas emissões de gases do efeito estufa compõem o planejamento estratégico de suas empresas. Em termos proporcionais, esse contingente é maior do que o que se detectou no universo total de empresas do país (31%) e também que a média global (37%).

A PwC fez perguntas sobre outros esforços de sustentabilidade – e, nessas, o agro não apareceu em destaque tão evidente. No setor, 33% disseram ter metas de representação de gênero em sua estratégia de longo prazo, fatia menor que a do total nacional (42%) e inferior também à média global (38%). Em outra das perguntas, também 33% das companhias do agro disseram ter metas representação de raça e etnia, fatia menor que média nacional, de 36%.

Brasil como destaque

O agro do Brasil apareceu com destaque nas iniciativas de combate a emissões, mas os casos de remuneração dos executivos atreladas a metas de sustentabilidade continuam a ser exceção. Dos líderes empresariais do setor que a PwC ouviu, apenas 13% disseram que o cálculo de sua remuneração variável (bônus anual ou plano de incentivos de longo prazo) inclui também o cumprimento de objetivos de corte de emissões. A fatia é idêntica à das empresas globais que adotam esse item em seus pacotes de remuneração e quase igual à média no país, de 12%.

Esse dado não é mero detalhe estatístico, já que a remuneração variável muitas vezes representa a maior parte do pagamento que os executivos de alto escalão recebem. Além do mais, não incluir as metas de sustentabilidade não deixa de ser, de algum modo, uma sutil confissão de prioridades. Apenas para efeito de comparação, dos executivos do agro consultados, 33% afirmaram ter métricas de satisfação do cliente – um indicador de negócios – como parte de sua remuneração variável. Nenhum dos itens de sustentabilidade apareceu no levantamento com tanto prestígio.

Maurício Moraes, sócio da PwC, ressalva que a simples ausência das metas de sustentabilidade do cálculo da remuneração variável não significa que os executivos não perseguirão esses objetivos. “Mas, como para todo profissional, isso (pagamento) não deixa de ser um estímulo”, afirma.

A respostas de executivos do agro brasileiro foram um dos recortes da nova CEO Survey, pesquisa global da PwC que está em sua 25ª edição. No mundo, a consultoria ouviu 4,4 mil líderes empresariais, de todos os setores, sendo mais de 150 no Brasil.