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Economia

Agronegócio tem alta de 8,36% em 2021, maior fatia no PIB desde 2004

Segundo o levantamento, o setor agrícola registrou alta de 15,88%, enquanto a pecuária recuou 8,95% no ano passado

Agronegócio tem alta de 8,36% em 2021, maior fatia no PIB desde 2004

O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro cresceu 8,36% em 2021 puxado por preços das commodities, informou nesta quarta-feira o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em avaliação em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

O crescimento, contudo, veio abaixo da expectativa de 9,37%, uma vez que a inflação deteriorou a medida de renda real do agronegócio. Uma quebra de safra de milho e resultados negativos na pecuária limitaram os avanços.

Ainda assim, o agronegócio alcançou participação de 27,4% no PIB brasileiro, a maior desde 2004 –quando foi de 27,53%.

Segundo o levantamento, o setor agrícola registrou alta de 15,88%, enquanto a pecuária recuou 8,95% no ano passado.

“O forte crescimento do PIB do segmento primário agrícola decorreu especialmente do alto patamar real dos preços, tendo em vista as expressivas quebras de produção para importantes culturas, devido ao clima desfavorável”, disse o Cepea em nota.

O centro de estudos afirmou que o avanço da renda na agricultura só não foi ainda maior por conta do também expressivo incremento dos custos de produção, que, por sua vez, elevou o desempenho do segmento de insumos.

“Esse crescimento refletiu, em grande medida, a alta importante dos preços de fertilizantes e de máquinas agrícolas (mas o aumento da produção nacional de fertilizantes, defensivos e máquinas agrícolas também impulsionou os resultados)”, acrescentou.

Na pecuária, a queda teve como principal fator de pressão o forte aumento dos custos com insumos, seja dentro da porteira, na agroindústria ou nos agrosserviços do ramo.

Além dos preços elevados de animais vivos, a quebra na segunda safra de grãos do ano passado elevou os custos com milho, matéria-prima utilizada na ração utilizada na pecuária.

“Ademais, a menor produção de boi gordo também influenciou negativamente o PIB pecuário”, afirmou o Cepea.

Na véspera, o IBGE informou que os abates de bovinos do Brasil recuaram 7,8% em 2021, configurando o segundo ano consecutivo de queda, em meio à estratégia de retenção de fêmeas.

O Cepea também destacou que na agroindústria de carnes a relação entre faturamento e custos com insumos foi ainda mais desfavorável, diante das dificuldades de repasse das elevações das matérias-primas ao consumidor final devido a fragilização da demanda doméstica.

Considerando o PIB do agronegócio como um todo, o primeiro semestre registrou desempenho positivo e o segundo teve desempenho adverso. “Ressalta-se que, no último trimestre de 2021, especificamente, o PIB do agronegócio brasileiro chegou a cair, 2,03%, influenciado sobretudo por uma piora nos preços reais do setor.”