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Água: disponibilidade x desenvolvimento (Artigo)

A disponibilidade hídrica, quer seja determinada pela questão quantitativa, qualitativa ou econômica, poderá vir a ser um fator de restrição ao desenvolvimento da industria avícola e suinícola, em curto espaço de tempo.

Da Redação 01/07/2003 – As exigências crescentes de organizações relacionadas ao meio ambiente e a qualidade dos setores de fiscalização nacional e internacional da agroindústria nos fazem prever que já é necessário buscar alternativas para a otimização dos recursos hídricos existentes, bem como a modernização e adequação dos processos relacionados.

A disponibilidade hídrica, quer seja determinada pela questão quantitativa, qualitativa ou econômica, poderá vir a ser um fator de restrição ao desenvolvimento da industria avícola e suinícola, em curto espaço de tempo.

Em alguns seguimentos industriais isso já se tornou uma verdade há muito tempo:

“A iminente escassez da água, somada à futura cobrança pela captação e liberação de efluentes nas bacias hidrográficas vem introduzindo novas prioridades nos planejamentos estratégicos de grandes indústrias. Em várias refinarias e petroquímicas, a ordem é investir para reduzir o consumo de água, melhorar o tratamento e até transformar o efluente em água de reuso. A crise de abastecimento prevista para 2050 já se instalou no País”, alerta o deputado federal Antônio Carlos Mendes Thame (Revista Petro & Química – Edição 236 Abril de 2002).

Os usos industriais que apresentam possibilidade de serem viabilizados com água de reuso são basicamente os seguintes:

Torres de resfriamento como água de “make-up”;
Caldeiras;
Construção civil;
Irrigação e lavagens de pisos;
Descargas de banheiros.

Em seu trabalho “Potencial de reuso de água no brasil – agricultura, indústria, municípios, recarga de aqüíferos”, o professor Ivanildo Espanhol destaca:

“Dentro do critério de estabelecer prioridades para usos que já possuam demanda imediata e que não exijam níveis elevados de tratamento, é recomendável  concentrar a fase inicial do programa de reuso industrial, em torres de resfriamento. Embora corresponda a apenas 17% da demanda de água não potável pelas indústrias, o uso de efluentes secundários tratados, em sistemas de refrigeração, tem a vantagem de  requerer qualidade independente do tipo de indústria, e a de atender, ainda, a outros usos menos restritivos, tais como lavagem de pisos e equipamentos”.

O reuso e a conservação devem, também, ser estimulados  nas próprias indústrias, através de utilização de processo industriais e de sistemas de lavagem com baixo consumo de água, assim como em estações de tratamento de água para abastecimento público, através da recuperação e reuso das águas de lavagem de filtros e de decantadores.

Na Agricultura, devido às grandes vazões envolvidas; todas as estimativas apontam para 70% da água doce disponível; deve se dar uma atenção maior para o consumo de água de reuso. Sem o desenvolvimento de  novas fontes de suprimento e a gestão adequada dos recursos hídricos convencionais, a agricultura não conseguirá manter a sustentabilidade da produção de alimentos que a agroindústria precisa, pois esta depende diretamente do suprimento de água. O aumento da produção não pode mais ser efetuado por meio da mera expansão de terra cultivada. A água, e não a terra, pode ser um fator de restrição no Brasil.

Fica evidente que a busca da otimização dos recursos e processos existentes, visando o melhor aproveitamento destes, adequando ou modernizando os mesmos com novas tecnologias e um eficaz gerenciamento com constante monitoramento para garantir a adequação às exigências da fiscalização nacional e internacional; sejam a qualidade ou ao meio ambiente; deve se tornar uma meta prioritária para as empresas que desejam estar prontas tanto para atender tais exigências como para expandirem e sobreviverem a estas mudanças de conceitos.

João Luís dos Santos – Supervisor Técnico Beraca Sabará – Divisão Sanitizantes