Mesmo com a suinocultura brasileira em crise, a Alegra, braço frigorífico da Unium, formada pelas cooperativas paranaenses Frísia, Castrolanda e Capal, prevê faturar R$ 1,2 bilhão em 2023, o que representará um aumento de 12% em relação ao ano passado, quando a receita foi de R$ 1,07 bilhão. De acordo com Luiz Morelli, superintendente da empresa, escoar por bons preços a produção dos cooperados das três centrais é até mais importante do que elevar o faturamento.
“Queremos dar segurança ao produtor. O modelo de venda do suíno vivo é extremamente volátil. É só ver o desequilíbro que a China causou”, afirma. No começo do ano passado, a redução drástica das compras chinesas gerou uma crise na suinocultura mundial. “Acreditamos que o nosso modelo é mais justo. Ele garante que todos os elos da cadeia tenham saúde financeira”.
Juntas, Frísia, Castrolanda e Capal ofertaram mais de 880 mil suínos para o abate neste ano, ou 1,5% do mercado brasileiro. A demanda da indústria deve absorver toda a produção.
Atualmente, o mercado interno representa 75% dos negócios da Alegra, e as exportações, para mais de 30 países, a fatia restante. Cerca de 40% da produção sai em forma de produtos industrializados, proporção que deve subir para 54% neste ano.
“Abrimos um centro de distribuição em São Paulo, para aumentar a nossa capilaridade”, explica Morelli. Segundo ele, a empresa não tem a intenção de abrir plantas de abate fora do Paraná. A empresa quer continuar a investir nas linhas de presuntos, salames e mortadelas. O centro logístico em São Paulo é estratégico nesse plano, já que permitirá à Alegra entregar os produtos às padarias, empórios e restaurantes da capital paulista, o maior mercado consumidor do país. “Também apostamos em produtos com porções menores para churrasco”, diz Morelli.