Pelo segundo ano consecutivo, o setor de alimentação animal registra um leve aumento em sua produção, segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal – Sindirações. A expectativa é de que o segmento feche o ano com 4,1% de crescimento. De janeiro a setembro deste ano, foram produzidas 48,5 milhões de toneladas ante 46,8 milhões de toneladas de ração no mesmo período de 2013, um crescimento de 3,6%. Já em relação à produção de sal mineral, o aumento foi maior e alcançou 10% no mesmo período de comparação.
“Apesar da incerteza econômica que a indústria brasileira está passando com a recente eleição presidencial, o agronegócio manterá seu ritmo, pois é mais influenciado por fatores extrafronteira, dentre eles, a modulação do câmbio na importação de insumos e exportação dos gêneros agropecuários, a precificação das commodities agro/minerais e o dinamismo dos parceiros comerciais internacionais”, ressalta Ariovaldo Zani, vice-presidente executivo do Sindirações.
Mesmo com as dificuldades enfrentadas com o cenário econômico, como a demora nas inspeções para obtenção do licenciamento de instalação e funcionamento dos empreendimentos, renovação de certificados para exportação, a não desoneração de PIS/COFINS, a indústria de alimentação animal atendeu aos estímulos da cadeia produtiva e deve fechar o ano com produção em torno de 67 milhões de toneladas de rações, alimentos para cães e gatos e sal mineral em 2014, com destaque para os setores de peixes, aquicultura e gado de leite e de corte.
Para Zani, 2015 será um ano de incertezas e promete ser bastante atribulado exigindo das autoridades públicas, sem distinção, compromissos na reversão da crise doméstica e no combate à estagflação e corrupção, enquanto dos empreendedores e colaboradores, respectivamente, serão demandadas compreensão e esforços na modulação da geração e manutenção dos empregos e o possível repasse salarial, frente às tantas dificuldades. “Diante deste cenário qualquer previsão para o próximo ano, será apenas prática de mera futurologia”, conclui o executivo.
Avicultura de Corte
De janeiro a setembro, o alívio no custo da alimentação da avicultura de corte devolveu
rentabilidade ao produtor que culminou na demanda de 23,1 milhões de toneladas de rações, embora o alojamento de pintainhos manteve estabilidade e a produção de carne de frango cresceu ligeiramente. Ainda que seja observado repique dos preços do milho e do farelo de soja em novembro, a aproximação das festas de fim do ano, pagamento do 13° salário e consequente aumento no consumo podem culminar na produção de 31,3 milhões de toneladas de rações em 2014, um crescimento da ordem de 3,4% em relação a 2013.
Avicultura de Postura
A produção de rações para galinhas de postura, por sua vez, somou 4,3 milhões de toneladas de janeiro a setembro, embora a exportação de ovos seguisse reduzida em mais de 20% e os preços pagos aos produtores não fossem animadores. O arrefecimento no custo de milho e farelo de soja, apurado em boa parte do ano e o alojamento das pintainhas que no primeiro semestre cresceu mais de 10%, pode ainda redundar na demanda de 5,7 milhões de toneladas de rações em 2014, um crescimento de 4,6% em relação a 2013.