O ano de 2021 foi bem difícil para os avicultores de postura. As recorrentes altas do milho e da soja fizeram com que o custo de produção fosse maior que o preço de venda dos ovos. Para Nélio Hand, diretor-executivo da Associação dos Avicultores do Estado do Espírito Santo (AVES), de uma forma geral, o mercado apresentou ao longo desse ano uma boa fluidez e o consumo registrou evolução, tanto que os números demonstram que crescerá o consumo per capita e o volume produzido será em um pouco maior do que em 2020.
Isso, mesmo com os plantéis apresentando redução, embora tímida, em decorrência dos custos que têm se sobreposto aos valores de venda, durante grande parte do ano. “E nesse cenário o milho e a soja foram os grandes vilões, fazendo com que os custos extrapolassem as margens necessárias ao produtor, acompanhados de outros fatores, como o poder de compra do consumidor enfraquecido, não permitindo que a proteína conseguisse a mudança de patamar (nos preços) que muitos indicavam que era necessário ocorrer, acompanhando a evolução dos preços de insumos e demais itens no contexto da produção animal”, detalhou Hand.
Em 2021 todo, o maior desafio do setor foi realmente fechar as contas. Denilson Potratz, presidente da Coopeavi, com sede em Santa Maria do Jetibá (ES), conta que a cooperativa buscou matérias-primas alternativas para tentar baratear o custo da ração, para que o produtor não perdesse tanto dinheiro vendendo seu produto.
“Hoje o produtor está pagando para trabalhar. O custo de produção está maior que o custo da caixa de ovo”, afirmou o presidente da Coopeavi.
Nélio Hand conta que esse cenário representou a saída de alguns produtores do mercado, principalmente os de pequeno porte. Segundo o executivo da AVES, a associação brigou pela retirada da cobrança de PIS e COFINS na importação de milho, que foi autorizada pelo governo federal, por meio de uma medida provisória, até o 31 de dezembro de 2021, e isso ajudou a arrefecer o mercado.
“Para se ter uma ideia, a saca de milho, que nos últimos meses ultrapassou os R$ 110,00, no final do mês novembro ficou em torno de R$ 92,00, mostrando que medidas como essa permitem que o mercado fique menos suscetível a especulações, sem levar prejuízos aos cofres públicos. Assim, quem produz o insumo pode continuar recebendo o valor desejável no seu produto e, quem consome, pode pagar aquilo que de fato é o custo do insumo e que permite produzir proteína com um valor compatível com a renda do consumidor”, detalha Hand.
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