A presidente Dilma Rousseff empossou neste sábado (16/3) os novos ministros da Agricultura, Antônio Andrade, do Trabalho, Manoel Dias, e da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Moreira Franco, remanejado da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE). As mudanças foram justificadas por Dilma como parte da necessidade de fortalecer a coalizão entre os que dão suporte a seu governo.
O novo ministro da Agricultura, o deputado federal Antônio Andrade, do PMDB de Minas Gerais, compõe a base alidada do governo e é produtor rural no noroeste do Estado. Atualmente, crumpre o seu segundo mantado na Câmara dos Deputados.
Dilma desejou boa sorte e muito trabalho aos novos ministros , e disse que eles serão responsáveis por “setores de relevância estratégica” para o governo. “Estamos em um processo de transformar ministérios em ministérios profissionais e meritocráticos”, acrescentando que “nenhum ministro é uma entidade isolada”.
Agradecimento – Durante a cerimônia, Dilma agradeceu a cada um dos ministros que deixam o governo: Mendes Ribeiro, Brizola Neto e Wagner Bittencourt, referendo-se a eles como “amigos queridos” e agradecendo o “apoio, empenho e lealdade” dos três. Ao agradecer ao ex-ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, Dilma disse que, além do caráter político, a relação entre eles tem “fortes bases afetivas”, o que levou o ex-ministro às lágrimas. Em tratamento contra um câncer, mesmo debilitado nos últimos meses, Ribeiro se manteve à frente do ministério. “O Mendezinho é sobretudo uma pessoa de grande lealdade política e pessoal. Ao Mendes, vou dizer, com muito carinho, obrigada pelo seu trabalho, e resista às dificuldades porque nós, no Brasil, precisamos de você.”
Coalizão – Dilma disse que, ao longo do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e nos últimos dois anos como presidente, aprendeu que governar “é necessariamente escolher entre várias alternativas” e que é preciso valorizar a parceria de quem dá apoio ao projeto político do governo. Segundo Dilma, em um país grande e diverso com o Brasil, é impossível governar sem coalizão. “Não se governa para uma região, mas para todo o país. Aprendi que esse é um país desigual, por isso as políticas têm que levar em conta esse fato, ao mesmo tempo, temos que fortalecer as forças que sustentam um governo de coalizão.”
A presidente disse que quem não consegue manter relações firmes com aliados perde sustentação. “Muitas vezes algumas pessoa acreditam que a coalizão é algo incorreto do ponto de vista político. Mas nós estamos assistindo, em alguns lugares do mundo, um processo de deterioração da governabilidade justamente pela incapacidade de construir coalizões estáveis”, disse.
A cerimônia de posse ocorreu neste sábado em virtude da viagem ao Vaticano, onde a presidente participará da cerimônia de coroação do papa Francisco na próxima terça-feira (19/3).