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Investimento

Após descobrir propriedades nutricionais da carne suína, empresária cria "minifazenda" em meio a prédios

A casa “Só Caipira” fica entre as avenidas T-8 e T-9, duas das principais vias da região sul de Goiânia

Após descobrir propriedades nutricionais da carne suína, empresária cria "minifazenda"  em meio a prédios

A bacharel em direito Andreia Souza, de 28 anos, criou uma “minifazenda” em uma casa que fica no meio de prédios no Setor Bueno, em Goiânia. No local são comercializadas carnes de porco, queijos, ovos caipiras e frutas produzidas na propriedade rural da família, além de hortaliças orgânicas que são cultivadas no próprio quintal.  Entre a agitação da capital, o ponto virou um lugar de passeio para várias famílias.

A casa “Só Caipira” fica entre as avenidas T-8 e T-9, duas das principais vias da região sul de Goiânia. Entre dois arranha-céus, o casarão antigo é mobiliado por cadeiras, sofás e itens de decoração levados da fazenda da família, que fica em Aragoiânia, na Região Metropolitana de Goiânia. No quintal, uma horta foi montada em cochos de madeira.

“A ideia foi criar uma extensão da nossa fazenda mesmo, trazendo coisas da nossa cultura tradicional, aqui em Goiás, que tem uma vida tão ligada à cultura da terra, da roça, das coisas antigas. A gente já vendia porco na fazenda, aí resolvemos ampliar isso e trazer pra capital. Hoje esta casa virou lugar pras crianças virem, ver a horta, andar de bicicleta, foi bem legal o resultado”, afirma a empresária ao G1.

Andreia conta que a ideia da “minifazenda” veio depois que a família não conseguia consumir, nem distribuir toda a produção excedente. Ela conta que começou vendendo ovos caipiras para vizinhos, depois, quando a demanda aumentou, viu na casa de uma tia a oportunidade de montar o negócio familiar.

“Essa casa tem um valor histórico grande para a família. É um casarão onde já moraram muitos e, nos últimos anos estava fechada, abandonada. Aí ofereci para minha tia, falei ‘vou alugar essa casa da senhora’. Aí organizamos este espaço, para, não só resgatar a história da nossa família, mas ajudar a resgatar a história de cada um que encontra, em nossos produtos, um elo com sua própria história, a história dos seus pais e avós”, contou.

Carne de porco

A especialidade da fazenda da família sempre foi vender porco. A empresária afirma que, depois que cientistas divulgaram as propriedades nutricionais da carne suína e da banha do porco, ela teve a ideia de comercializar a carne processada na cidade.

“Com a ajuda de uma amiga nutricionista e do meu noivo, que é médico, fomos pensando como processar isso, sem perder nutrientes e garantindo todo o valor nutricional da carne de porco. Aí resgatamos uma receita clássica que é a de carne de lata e processamos a banha de porco, recomendadíssima no preparo de alimentos”, afirmou.

Além da carne de lata, Andreia vende outras receitas com a carne e a pele do porco, além da banha suína, indicada para substituir a gordura vegetal em alguns casos. Ela ressalta que o fato dos porcos não serem alimentados com lavagem e estarem dentro de um padrão sanitário de nível elevado, garante a qualidade do óleo.

“A banha é clara por conta disto. A densidade é diferente daquele porco que se alimenta de qualquer coisa, do porco de granja, criado em cativeiro. Todo o preparo para a retirada desta banha foi aprendido em família, com o conhecimento de uma tiavó nossa, que ensinou a maestria pra ter um produto desta qualidade”, contou.

Segundo ela, os porcos da fazenda são vermifugados, vacinados e criados soltos. “Para se ter uma ideia, os animais da fazenda não comem lavagem, se der pra eles, eles nem vão querer, porque não são acostumados com isso”, disse.

A empresária lembra que carne suína é rica em magnésio, potássio, ferro, fósforo, selênio e vitaminas do complexo B, além de ser a principal fonte animal da vitamina B1, também conhecida como tiamina. Entre tantas características ricas nutricionalmente, a família resgatou receitas saborosas e que são ligadas a história de muitas pessoas.

“Todo mundo chega aqui para comprar e fala ‘ah, eu comia demais isso daqui na fazenda’, ou então ‘isso me lembra meu avô, ou meu pai’. Isso é muito legal. E por muito tempo ficava o estigma de que não era saudável. Hoje é de conhecimento de todos que há muita riqueza neste alimento”, ressaltou.