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Expansão

Após Paraná ser reconhecido como área livre da febre aftosa sem vacinação, suinocultura cresce no estado

Paraná é o segundo estado brasileiro que mais exporta proteína suína, ficando atrás apenas de Santa Catarina

Após Paraná ser reconhecido como área livre da febre aftosa sem vacinação, suinocultura cresce no estado

A suinocultura no Paraná teve um crescimento significativo após o estado ser reconhecido como área livre da febre aftosa sem vacinação, segundo dados do Ipardes.

O Paraná é o segundo estado brasileiro que mais exporta proteína suína, ficando atrás apenas de Santa Catarina. De acordo com o instituto, toda a proteína animal produzida no Paraná corresponde a quase 17% do que o estado exporta, ficando atrás apenas da soja. A China é o principal comprador, seguida de Estados Unidos e Argentina.

Para a analista técnica da FAEP, Nicole Wilseck o crescimento do Paraná nesse mercado tem potencial de transformar o estado no maior exportador brasileiro de carne suína.

“Hoje, o estado de Santa Catarina não tem mais onde crescer territorialmente, geograficamente. A instalação de novas granjas está comprometida no estado. Já o Paraná tem muitas áreas livres para se construir novos empreendimentos, novos barracões, novos setores produtivos e, inclusive, acompanhando o crescimento das indústrias”, explica Wilseck.

Para Wilseck existem ainda outros itens que favorecem o Paraná, como por exemplo a grande produção de grãos dentro do estado.

“O Paraná tem muito a crescer na suinocultura, pela questão climática, pela produção de grãos, que faz com que a gente não precise buscar esses grãos em outro estado. A gente consegue grande parte da alimentação desses animais no próprio estado do Paraná”, defende a analista.

A analista da Federação da Agricultura do Paraná afirma também que a produção de suínos cresceu no estado por causa da melhora na densidade produtiva. Nos últimos anos, aumentou-se a quantidade de animais produzidos por metro quadrado. As regiões oeste e sudoeste e os campos gerais concentram os polos produtivos da suinocultura do estado.

São essas regiões que centralizam os frigoríficos, o que facilita a logística de transporte dos animais prontos para o abate até as indústrias de processamento.

“Já se estuda crescimento dessa indústria também nessas regiões. O futuro da suinocultura é esse, buscar melhorar a densidade, trazer animais para produzir em maior volume, em menor espaço, visando sempre a questão do bem estar animal, buscando melhoramento genético e melhoramento nutricional”, diz a analista.

Seguindo a tendência indicada por Wilseck, para especialistas a expansão da suinocultura no estado possibilitará alcançar países que antes não aceitavam a carne paranaense, como Japão, a Coreia do Sul e o México. Estes são considerados mercados exigentes com relação as condições sanitárias dos produtos de origem animal que importam.

A família Spader, de Medianeira, no oeste do estado, atua com a produção de suínos e garante que a propriedade se adequa as exigências impostas pelo mercado.

Na propriedade da família os dejetos dos porcos alimentam um sistema de irrigação de pastagem para a criação de gado de corte. As granjas de porcos tem sistema de distribuição de água e de ração automatizados e já foram construídas sob critérios técnicos para que a carne produzida tenha certificação e garantia para ser exportada.

Para se adequar ao mercado, os criadores precisam obedecer uma lista com 105 normas de bem estar animal e de controle do ambiente.

“Se você estiver lá no outro país, pegar o celular e colocar no QR Code da embalagem do produto, você vai saber de qual granja ele está saindo”, diz Nádia Spader.

Com boas perspectivas de negócios no futuro, Everaldo Spader pensa em ampliar o plantel.

“A vontade é ampliar. A exportação está aí e acho que é uma maneira da gente se manter no mercado também”, conta.