Toda a mobilização da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) junto dos representantes das entidades estaduais refletiu de maneira positiva. A audiência realizada na tarde da quarta-feira, 13, com o Ministro da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), Mendes Ribeiro Filho, já trouxe retornos efetivos para o setor de suínos brasileiro. Considerando a gravidade e urgência da situação entre as reivindicações apresentadas ontem pelo presidente da ABCS, Marcelo Lopes, e representantes das associações de suinocultores estaduais com apoio maciço de Senadores e Deputados, estava a mobilização por meio de uma audiência pública em caráter emergencial.
O retorno do Ministério foi imediato e a audiência está marcada para o dia 05 de julho (quinta-feira) em Brasília. A urgência veio por meio do requerimento apresentado pela senadora Ana Amélia (PP-RS), subscrito pelo senador Sergio Souza (PMDB-PR), que foi aprovado nesta quinta-feira (14). Serão convidados para debater o assunto o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, o secretário-adjunto de política econômica do Ministério da Fazenda, João Rabelo Junior, o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Marcelo Lopes, o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, e o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Sussumu Honda. Os produtores comparecerão representados também por cada um dos presidentes das entidades estaduais, que cobrem toda a suinocultura brasileira.
O presidente da ABCS, Marcelo Lopes, reforçou no encontro com o Ministro que tivesse atenção especial às solicitações cujos efeitos beneficiam diretamente os produtores, “que já estão no limite de suas possibilidades para garantir a sobrevivência no negócio”. Segundo os dados da entidade, entre os anos de 1996 a 2006 em todas as regiões do país mais de 70 mil produtores deixaram a atividade, em sua maioria micro e pequenos proprietários rurais, gerando um grave impacto social. “Somente no estado de Santa Catarina o número de produtores de suínos passou de um total de 130 mil para pouco mais de 50 mil no intervalo de 7 anos de acordo com o dados do Censo Agropecuário Brasileiro”, explicou. O presidente ainda esclareceu que “são estas as consequências dos anos de inercia do governo federal em apoiar a atividade. A continuar nesse ritmo em pouco tempo perderemos o restante dos produtores, colocando em risco o nosso segmento”, declarou.
As outras medidas também são de caráter emergencial e abordaram a prorrogação dos vencimentos das dívidas de custeio e investimento dos produtores de suínos; o aumento dos limites de crédito para retenção de matrizes, para o valor de R$ 500 por matriz até o limite de R$ 2 milhões por produtor/CPF; além da inclusão da carne suína na Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM).
“A suinocultura brasileira vive uma de suas mais importantes crises estruturais e o governo precisa dar uma resposta à altura da delicadeza deste momento”, encerrou Marcelo Lopes.