A perspectiva de aumento da demanda por soja e a melhora do quadro macroeconômico nos Estados Unidos ofereceram sustentação aos preços da oleaginosa na bolsa de Chicago nesta terça-feira.
Os lotes do grão para janeiro, os mais negociados, avançaram 1,32%, a US$ 14,7975 por bushel, e os papéis para março subiram 1,30%, a US$ 14,8450 por bushel.
O índice de preços ao consumidor americano (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,1% em novembro. Analistas esperavam aumento de 0,3%.
“O movimento de correção dos contratos futuros foi reforçado pela inflação abaixo do esperado. Isso traz uma expectativa de que o Fed [banco central americano] possa seguir com uma política econômica um pouco menos contracionista”, destacou João Pedro Lopes, analista de inteligência de mercado da StoneX.
Segundo o analista, a flexibilização da política de “covid zero” na China deve impulsionar a demanda pela soja dos EUA, o que também oferece suporte às cotações.
Trigo
Após a forte alta na véspera, os contratos do trigo para março, os mais líquidos, fecharam a sessão de hoje em queda de 0,53% a US$ 7,5075 por bushel.
Havia receio no mercado com o funcionamento do corredor de exportação de grãos no Mar Negro depois de bombardeios russos atingirem instalações elétricas na cidade ucraniana de Odessa. A Organização das Nações Unidas (ONU) disse que nenhum navio deixou a Ucrânia ontem, mas oito conseguiram zarpar hoje, levando, ao todo, cerca de 230 mil toneladas de grãos. Desde julho, quando russos e ucranianos fecharam o acordo que assegura o escoamento de alimentos pelo Mar Negro, 14 milhões de toneladas saíram da Ucrânia, segundo a ONU. “A incerteza sobre o corredor de grãos seguirá grande em virtude do conflito militar entre a Rússia e a Ucrânia. Isso justifica um prêmio de risco sobre os preços do trigo”, disse o Commerzbank, em nota.
Milho
O milho acompanhou o trigo e também fechou o dia em queda. Os contratos do grão para março do ano que vem recuaram 0,08%, a US$ 6,5350 por bushel. João Pedro Lopes diz que problemas de oferta em grandes produtores de milho abrem espaço para novas altas do cereal. “Temos redução na colheita dos EUA, seca na Argentina e atrasos na colheita da Ucrânia, além de uma certa lentidão nas inspeções de embarque no Mar Negro”, pontuou.