Os contínuos avanços tecnológicos introduzidos pelas cadeias produtivas de frangos de corte e suínos nas últimas décadas evitaram a demanda por adicionais 2,55 milhões de hectares para a produção de milho e soja no Brasil. Essa área é equivalente aos territórios do Chipre e do estado norte-americano de Connecticut somados. Também significa 4,6% dos 55,4 milhões de hectares que o milho e a soja ocuparam na safra 2020/2021 no Brasil (Conab, 2021). A estimativa de área poupada pela avicultura de corte e suinocultura tem por base os ganhos de conversão alimentar conquistados ao longo do tempo.
Contextualização
As cadeias produtivas de frangos de corte e de suínos têm sido expoentes das grandes transformações que levaram o Brasil a uma posição de destaque no mundo como produtor de alimentos (Chaddad, 2016). Além de contribuírem de maneira significativa para a melhoria da qualidade de vida no País via disponibilização de proteína animal de qualidade e com preço acessível, as duas cadeias contribuíram para questões de interesse como a da preservação do solo (ABPA…, 2020; Embrapa Suínos e Aves, 2021).
Em 2020, o Brasil posicionou-se como o terceiro maior produtor mundial de carne de frango, com 14,2 milhões de toneladas, e como o maior exportador mundial, com 4,2 milhões de toneladas. Na carne de suínos, o País ocupa a quarta posição em produção e exportação, com 4,2 milhões e 1,01 milhão de toneladas, respectivamente (Brasil, 2021).
Com a geração de 4,2 milhões de empregos diretos e indiretos, os efeitos sociais das cadeias produtivas de suínos e frangos de corte são notáveis (ABPA…, 2020). Com os sistemas integrados e independentes de produção, as atividades envolvem mais de 100 mil famílias na produção primária (Guimarães et al.,2017). São inúmeros pequenos municípios no País cuja atividade econômica depende do pleno funcionamento de plantas frigoríficas instaladas em cada região (Mapeamento…, 2016).
Os benefícios sociais da avicultura e da suinocultura não se limitam aos empregos e a renda gerados nos municípios onde ocorrem a produção primária e a agroindustrialização (Santos Filho, 2012; Santos Filho et al., 2015). Ambas são motrizes de desenvolvimento para regiões inteiras ou Estados, impactando nos setores de serviço, transporte e comércio.
Além disso, o clima favorável, os investimentos em fontes energéticas renováveis e a qualidade das instalações produtivas permitem ao Brasil produzir carne de frango com nível de emissão de dióxido de carbono (CO2) 45% inferior ao frango produzido no Reino Unido e 50% menor que o produzido pela avicultura francesa (United Kingdom, 2021). Ademais, quase toda a produção de carne de aves e suínos é feita fora do Bioma Amazônico – as regiões Sul e Sudeste respondem por mais de 80% da produção (Produção…, 2014).
Confira a matéria completa na Edição 1316 da Revista Avicultura Industrial