A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) teme que a gripe A (H1N1) se estenda a criações avícolas de todo o mundo, após a recente detecção do vírus causador da nova gripe em perus no Chile. A entidade explica que a atual cepa do H1N1 é uma combinação de genes humanos, suínos e de aves, que, por enquanto, não é mais letal do que o vírus da gripe sazonal comum. No entanto, a situação poderia se agravar caso o vírus sofresse mutação com o H5N1, o da gripe aviária. “O Chile não tem gripe motivada pelo H5N1. Se o foco tivesse ocorrido no Sudeste Asiático, onde este vírus circula em abundância entre a população avícola, a introdução do vírus da nova gripe teria causado mais motivo de preocupação”, afirma, para a Agência EFE, o veterinário-chefe interino da FAO, Juan Lubroth.
Para Lubroth, é necessário aumentar a vigilância nos animais e fortalecer os serviços veterinários nos países pobres ou emergentes. “Todos os países devem ser capazes de diagnosticar qualquer problema e deve manter pessoas qualificadas lidando com a situação”, disse. “Além disso, todos devem contar com os recursos adequados para poder responder às emergências”, acrescenta.
Histórico- A FAO confirmou nesta quinta-feira (27/08), em nota à imprensa, que as autoridades chilenas divulgaram na semana passada, no dia 20 de agosto, a presença do vírus H1N1 em perus de duas criações situadas nos arredores da cidade de Valparaíso. Segundo comunicado chileno, a cepa é idêntica à que circula entre a população humana.
No entanto, diz a FAO, a descoberta do vírus em perus não representa uma ameaça imediata para a saúde humana, e a carne de peru processada pode ser comercializada se manuseada de forma higiênica e submetida à inspeção veterinária adequada. “A rapidez das autoridades chilenas diante da descoberta do vírus em perus em informar as organizações internacionais e estabelecer uma quarentena temporária foi sensata do ponto de vista científico”, acredita Lubroth. “Ao permitir que as aves doentes se recuperassem, ao invés de sacrificá-las, foi possível continuar com a produção e processamento de forma inócua. Os perus não representam nenhum risco para a cadeia alimentar”. concluiu.
– Com informações da Agência EFE.