Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Avestruz ganha espaço no pampa

Valorização da carne e mercado em expansão incentivam o aumento da criação dessas aves no Estado.

Redação AI 10/01/2003 – Os gaúchos descobriram o que boa parte do Brasil já sabia. O potencial da criação de avestruz. A ave exótica, com mais de dois metros de altura, está provando ser uma ótima alternativa de renda para as propriedades rurais, especialmente as de pequeno porte. Os criadores investem na formação de plantéis, com vistas a um mercado que, no centro do país está cada vez mais forte.

O carro-chefe entre os produtos do avestruz – uma ave que se alimenta de pasto – é a carne, vermelha. Além da cor, o sabor também é semelhante ao da carne bovina, mas com baixo índice de gordura. Os cortes oferecidos pelos restaurantes podem valer uma fortuna. O quilo é negociado no mercado internacional por cerca de US$ 10. No Brasil, chega a ser oferecido por até R$ 60 em estabelecimentos de São Paulo, segundo o presidente da Associação de Criadores de Avestruz do Estado (Acars), Nelson Winterle.

Os altos preços no mercado interno são provocados pela necessidade de importação do produto. Hoje, não há abates comerciais dessas aves no Brasil, devido ao tamanho ainda pequeno do plantel, estimado em 70 mil animais. A previsão é de que em três anos os frigoríficos possam começar a abater avestruzes de propriedades nacionais. Para isso, o plantel deve chegar a 150 mil matrizes, de acordo com Winterle. No Rio Grande do Sul, são cerca de mil animais, oriundos de 34 propriedades. Há um ano, eram apenas sete criatórios no Estado.

– Queremos desenvolver um produto gaúcho, unir os criadores e trabalhar para, a médio prazo, fazer negócios também fora do país – diz o presidente da Acars.

Além da carne, são aproveitados o couro e as penas, também com ótima valorização. O crescimento da atividade deve ser acelerado depois da portaria do Ministério da Agricultura, publicada em novembro de 2002, regulamentando os criatórios de avestruz no país. Até março do ano passado, a estrutiocultura (criação de avestruz) era subordinada ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Quando o assunto passou a ser tratado pelo ministério, a ave foi classificada como doméstica. A criação, no entanto, deve seguir algumas regras.