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Avestruz raro nasce em Mogi das Cruzes

O filhote branco já é considerado o "mascote" da CooperAvestruz.

O avestruz branco, raro no mundo

Redação AI 09/08/2002 – O nascimento de avestruzes com plumagem de coloração branca é muito raro. A cada cem mil avestruzes, ou seja, menos de 0,1% no mundo, nasce com plumagem branca. Isso ocorre devido a combinações genéticas pouco comuns, segundo o veterinário Marcelo Américo de Almeida. O rentável mercado de criação de avestruz tem mais um aliado: o avestruz branco. A espécie rara, aos três meses de idade, vale quase dez vezes mais: custa em torno de R$ 10 mil, enquanto a comum, de plumagem cinza (fêmea) ou preta (macho), entre R$ 1 mil e R$ 1,2 mil.

Mas não é só por isso que a Cooperativa de Criação de Avestruz (CooperAvestruz), de Mogi das Cruzes, está comemorando o nascimento da raridade. É que a unidade Baby da empresa começou a funcionar há três meses e já virou berço de uma “estrela” entrando para as estatísticas mundiais. O bichinho está sendo considerado pelo presidente da cooperativa, Vassili Demétrius Panagoulias, o “mascote” dentre os outros 500 já nascidos alí, provenientes de ovos dos Estados Unidos e Espanha. “Nasceu de pais americanos, mas agora é brasileiro”, orgulha-se ele, que pretende disseminar a produção nacional em escala industrial, na cooperativa situada na Estrada Mogi-Salesópolis, km 67, pouco antes da divisa com Biritiba Mirim, Grande São Paulo.

Com a sua beleza peculiar, a ave acaba tendo o seus privilégios. Utilizada para a reprodução possível até os 45 anos – não vai para o abate. A plumagem é mais valiosa e muito cobiçada, principalmente no exterior.

Nestes primeiros dez dias de vida, a pequena ave apresenta poucas diferenças em relação às demais, mas já se destaca pela plumas claras em seu peito. Seu desenvolvimento é igual ao dos outros. Com o crescimento, a cor branca no avestruz, que pode viver até 70 anos, ficará mais acentuada. A espécie também é utilizada como ornamento, em zoológicos e exposições.

O filhote de plumagem branca em contraste com as outras aves da mesma idade

Todos os outros filhotes nascidos na Cooperavestruz deverão permanecer alí até os três meses. Depois, serão entregues aos associados para formação de plantéis de reprodutores e matrizes. É na cooperativa de Mogi das Cruzes que opera o maior incubatório de ovos de avestruzes da América Latina, aprovado pelo Ministério da Agricultura.

“A etapa de incubação é a mais delicada. Na natureza, a ave bota 12 ovos num ano e apenas dois ou três filhotes vingam. Aqui, só nestes primeiros lotes, tivemos nascimentos recordes, com índices de até 95% na câmara de eclosão e a postura da ave pode chegar a 60 ovos por ano”, explica Panagoulias. A meta é dar condições aos produtores brasileiros para formar plantéis de avestruzes em quantidade suficiente para suprir todo o ciclo da ave: abate, comercialização da carne, plumas, couro, bicos e unhas. “Tudo se aproveita do animal. Vamos contribuir para que o Brasil seja auto-suficiente e atenda à demanda interna e externa pelos produtos”, diz o presidente.