O Brasil, maior exportador mundial de carne de frango, está aproveitando as oportunidades geradas pelos recentes surtos de influenza aviária em outros países. Enquanto muitos mercados enfrentam déficits na produção de proteína animal, o Brasil, que não foi afetado diretamente por essas crises, está se destacando na avicultura. De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), é esperado que o país produza 14,87 milhões de toneladas de carne de frango em 2023, com um crescimento de 2,8% em relação a 2022.
No mercado interno, espera-se um aumento na disponibilidade de carne de frango, com uma projeção de 9,75 milhões de toneladas em 2023, um aumento de 0,5% em relação ao volume previsto para este ano. O consumo per capita, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), deve atingir até 45,5 quilos em 2023, um aumento de 0,8% em relação a 2022. Apesar do baixo crescimento econômico e da alta inflação, o consumo de carne de frango continua forte devido à sua competitividade em relação a outras proteínas.
Apesar do cenário favorável, é importante analisar a situação dos produtores integrados, que são responsáveis pela produção competitiva e com qualidade dessa proteína animal tão importante para o país. O cenário de custos tem sido desafiador para os produtores. De acordo com o gráfico 1, os principais insumos para os produtores integrados de frango, como mão de obra contratada, energia elétrica, combustíveis e insumos para aquecimento, representam 67% do custo operacional efetivo.
No período de 2018 a 2023, o desembolso com mão de obra contratada representou, em média, 31,39% do custo operacional efetivo (COE), com um aumento de 21% em relação a 2018. Embora tenha tido o menor aumento percentual, a mão de obra contratada é a principal contribuinte para o custo. Os custos com energia elétrica, em média, representam 24,47% do COE e tiveram um aumento de 45% de 2018 para 2023, devido ao confuso modelo institucional do setor elétrico brasileiro. Os custos com insumos para aquecimento, que representam em média 11,1% do COE, aumentaram 150% no período analisado.