O Brasil foi o quarto país no mundo que mais aumentou a capacidade de produção de energia fotovoltaica em 2021, segundo apuração da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) e, a estimativa da associação, é que ela seja a segunda maior fonte de energia nacional nos próximos anos, atrás apenas da hidrelética.
O país já é o décimo terceiro colocado entre as nações com maior capacidade instalada da tecnologia fotovoltaica. Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), há 1,25 milhão de sistemas de energia solar em operação no segmento de GD (geração distribuída). Destes, 9,2% (1,24 milhão) são provenientes de projetos de microgeração.
A nova fronteira que o mercado está agora se voltando é a do pequeno consumidor. Há anos já existe financiamento na praça para pequenos comerciantes, condomínios residenciais e comerciais, e até pessoas físicas que moram em casas em regiões ensolaradas do país.
Mas com o aumento de 30% dos custos com a conta de luz residencial observado em 2022 (variação nos 12 meses encerrados em outubro, segundo o IPCA, calculado pelo IBGE) e a entrada em vigor da Lei n° 14.300/2022 (que criou o marco legal da geração própria de energia – conhecida como geração distribuída), esses consumidores ganharam incentivos adicionais para procurar o serviço. E como a lei garante, até 2045, a manutenção das regras atuais para quem conseguir ter, até janeiro de 2023, energia solar na sua casa, a corrida para fazer as instalações está acelerada. Para acompanhar a demanda, as instituições financeiras estão oferecendo linhas de crédito específicas para o serviço, que dificilmente sai por menos de R$ 15 mil em uma pequena residência.
Entre os financiadores, o Itaú Unibanco é o mais novo participantes que entra no nicho. Conforme obteve o Prática ESG com exclusividade, o banco acaba de lançar uma linha exclusiva para financiamento de painéis solares, disponível para qualquer cliente em mais de mil agências selecionadas do banco. A taxa de juros cobrada está na faixa de 1,85% ao mês e há um limite de R$ 110 mil máximos que podem ser emprestados.
Financiamentos
Atualmente, existem várias linhas de crédito para pessoas físicas e jurídicas. Qualquer consumidor conectado à rede elétrica e apto a ingressar no segmento de Geração Distribuída (GD) pode instalar um sistema desses. É possível encontrar financiamentos que cobrem 100% do projeto e oferecem limites de crédito que podem atender a instalação em qualquer tipo de imóvel (de casas até indústrias).
Com um projeto adequado, uma residência pode produzir toda a energia elétrica que consome e ainda “vender” o restante da produção para o sistema nacional. recebendo que podem ser abatidos na conta de luz. Apesar do custo de um sistema de energia solar fotovoltaica para uma casa com quatro moradores ainda ser relativamente alto (entre R$ 15 e R$ 30 mil), existem muitas linhas de disponíveis para essa categoria de produto.
A taxa de juros parte de 1% ao mês, com prazos de até 72 meses, com período de carência entre dois e seis meses para começar a pagar as parcelas. As taxas e prazos vão variar de acordo com o porte da empresa ou análise de crédito da pessoa física e o relacionamento com o banco.
Opções de financiamento de energia solar no Brasil
Itaú Unibanco
O Itaú Unibanco lançou uma linha exclusiva para financiamento de painéis solares, que está disponível para clientes de mais de mil agências selecionadas do banco. A opção em breve estará disponível para todos os clientes. Atualmente, a linha pode ser contratada por meio do contato com os gerentes. É necessário ter em mãos um orçamento de sistemas fotovoltaicos para conseguir uma taxa mais interessante.
Após esse contato via gerente, a formalização pode ser realizada nos canais digitais. A taxa de juros cobrada está na faixa de 1,85% ao mês. Não há valor mínimo e o valor máximo é de até R$ 110 mil. O financiamento pode ser pago em até 72 vezes com 90 dias para começar a pagar.
Caixa
O Caixa Energia Renovável é destinado para financiamento desses sistemas e também inclui os custos de instalação em residências com taxas a partir de 1,18% ao mês. O valor poderá ser de até 100% do projeto, limitado à capacidade financeira do cliente. O desembolso para pagamento dos equipamentos ocorrerá diretamente ao fornecedor cliente Caixa. O prazo é de até 60 meses, com carência de até 6 meses para o vencimento da primeira parcela.
Bradesco
A CDC Energia Fotovoltaica cobre até 100% dos bens e do valor do serviço. Pessoas físicas podem financiar em até 48 meses, com carência de até 62 dias. Para empresas, o prazo pode chegar a 60 meses, com carência de até 90 dias.
Leasing ambiental – é a linha de arrendamento mercantil para aquisição de bens que contribuam para o desenvolvimento social e a preservação do meio ambiente. Pode ser feita para pessoas físicas ou empresas. A taxa de juros é pré-fixada.
BNDES Finame Baixo Carbono | Repasses BNDES: Para aquisição e comercialização de sistemas de geração de energia solar e eólica e aquecedores solares. Está disponível para empresas de todos os portes, condomínios, prédios e pessoas físicas.
BNDES Crédito Rural | Repasses BNDES: Disponível para produtores rurais ou cooperativas de produtores rurais.
Programas agropecuários do governo federal (PAGF) permitem financiamento para Energia Solar, mediante enquadramento do Cliente e da intenção de investimento.
Banco BV
O BV oferece a plataforma digital Meu Financiamento Solar. Através dela, é possível fazer a simulação do financiamento e ver qual seria o valor da parcela. O Financiamento de Energia Solar é para até 100% do projeto. O BV financia tanto o equipamento quanto o serviço de instalação. Taxas de juros variam de acordo com a condição da proposta. Pode ser dividido em até 96 meses e o cliente tem até 120 dias para fazer o primeiro pagamento.
Sun Mobi
A Sun Mobi é uma fintech que implementou o serviço de assinatura de energia solar, que pode ser adquirido da mesma forma como é feito com internet e TV a cabo. A energia é gerada pelas usinas fotovoltaicas da empresa localizadas nas cidades de Porto Feliz (SP) e Araçoiaba da Serra (SP), que estão conectadas no sistema de distribuição da CPFL Piratininga, atendendo 27 cidades do interior de São Paulo e baixada Santista.
Reverde
Atua em Minas Gerais com distribuição de energia solar e desconto na conta de luz. Moradores de mais de 700 municípios mineiros já podem aderir ao consumo e reduzir até 15% do valor da conta.
Blue Sol Energia Solar
A Blue Sol é uma das maiores empresas que fornecem os sistemas de energia solar para micro e minigeração distribuída (residências, comércios, etc.), e trabalha com o sistema de franquias. Os franqueados atuam na parte comercial e de relacionamento com o cliente, enquanto a Blue Sol é responsável pelo projeto, instalação e aprovação junto à concessionária. É possível fazer o financiamento do projeto e instalação junto aos principais bancos.
Sicredi (consórcio)
O Sicredi (Sistema de Crédito Cooperativo) possui modelos de financiamento para projetos de energia solar por meio do Consórcio Sustentável. A modalidade é um sistema de compra cooperativada para energia solar e outros equipamentos ecoeficientes, em que o associado contribui mensalmente por meio de autofinanciamento, como uma poupança programada, e pode adquirir os equipamentos a partir de sorteios ou lances fixos e livres.
Sicredi (seguro para equipamentos de energia solar)
O Sicredi lançou um seguro para equipamentos de energia solar (por exemplo: placas fotovoltaicas e componentes). O produto, oferecido em parceria com a Liberty Seguros, cobre danos materiais decorrentes de causa externa, além de roubos ou furtos qualificados.
O seguro está disponível para associados que adquirem crédito ou não para investir em equipamentos de energia sustentável no Sicredi. O produto tem cobertura em todo o Brasil, com contratos de no mínimo 12 meses. Os serviços incluem contratação e emissão da apólice na hora para projetos de até R$ 700 mil, amparo para quaisquer danos de causa externa como incêndio, queda de raio, explosão, granizo, roubo e furto qualificado e cobertura para danos elétricos.
“Com a alta demanda e projeções de que o Brasil atingirá quase 25 GW de capacidade instalada em energia solar no final de 2022, buscamos proporcionar aos associados proteção contra possíveis danos que possam ocorrer a seus equipamentos”, diz Sávio Susin, superintendente de Seguros.