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Bloqueio ameaça produção local da Avestruz Master

<p>Bloqueio ameaça produção local.</p>

Redação AI (05/07/06)- O fantasma da falência volta a assombrar a Avestruz Master. Desde que o ministro Gomes de Barros evocou para si a competência das decisões urgentes relativas à venda de bens da empresa, no último dia 31 de junho, ocorreu também o seqüestro automático de todos os bens da Avestruz Master. A conta, onde estavam depositados cerca de R$ 470 mil, sobra dos R$ 928 mil oriundos da venda de quatro lotes na Avenida Mutirão, também está inacessível.

De acordo com o defensor jurídico da empresa, Neilton Cruvinel Filho, o dinheiro estava reservado para o pagamento de funcionários da empresa, cuja folha, no valor de R$ 200 mil, vence hoje, e para manter as atividades do Frigorífico Struthio Gold. Sem esse dinheiro o frigorífico vai parar novamente. É incrível como sempre que a empresa começa a retomar suas atividades e a caminhar para a reestruturação, ocorre uma medida judicial ou burocrática para impedir que as coisas fluam, lamenta Neilton Cruvinel.

Segundo ele, o bloqueio dos bens feito na semana passada não atingiu diretamente a conta onde está o dinheiro para gerir a empresa. Mas, por cautela, o juiz Carlos Magno, da 11 Vara Cível de Goiânia, decidiu bloquear verbalmente a conta, ou seja, pediu a Sérgio Crispim, administrador judicial da empresa, que parasse de movimentar a conta até que seja resolvido o conflito de competência instalado na semana passada. Como estamos em período de férias isso só deve ocorrer em agosto.

O que nós queremos é que o juiz Carlos Magno libere a utilização dos recursos depositados nesta conta via Sérgio Crispim ou formalize o bloqueio na Justiça para que possamos recorrer desta decisão. Da forma que está não temos alternativas. Vamos parar os abates por falta de dinheiro para comprar gás, que custa R$ 1.800,00, explica.

Neilton Cruvinel reafirma que a Avestruz Master é uma empresa viável, altamente rentável, e que só precisa continuar operando para fazer receita, se manter e dar lucro, ou seja, dividendos para os investidores/acionistas. Em atividade há cerca de 40 dias, o frigorífico estava fazendo abates em forma experimental com cerca de 85 aves/dia até a interdição. Na última sexta-feira, porém, foram abatidos 50 animais que foram devidamente embalados na segunda-feira e estão prontos para ser comercializados.

A expectativa é de que o quilo da carne de avestruz chegue ao mercado custando R$ 45,00. A embalagem de 250 g que deverá chegar aos supermercados Carrefour na próxima semana terá custo aproximado de R$ 12,50. Neilton diz que a empresa já tem contrato de venda do produto com o Carrefour e Pão de Açúcar. Já estão em andamento os contratos com o Wal-Mart e o Bom Preço. A meta é poder elevar a quantidade de aves abatidas para atender à demanda. No ritmo que está levaremos 45 dias só para atender aos dois primeiros contratos.

R$ 2 mil por ave
O advogado Neilton Cruvinel conta que cada avestruz abatido gera um faturamento médio de R$ 2 mil para a empresa com a venda de pluma, couro e carne. Deste total, 51% é lucro, segundo estudo feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Hoje, o frigorífico tem 6 mil quilos de carne em estoque e 900 quilos com as distribuidoras para serem inseridos no mercado. Ele explica que só para atender aos contratos já firmados o frigorífico teria de abater 300 aves/dia. Se isso fosse possível hoje, o faturamento saltaria para R$ 600 mil/dia.

Hoje temos condições de abater 100 aves/dia. Para chegar a 300 são necessários 115 funcionários e cerca de 60 dias para adaptação. Ele explica que a constante paralisação das atividades causa a dispensa de funcionários e quando o frigorífico retoma os trabalhos, tem de se reestruturar, o que demanda tempo e dinheiro. Neilton informa ainda que a Avestruz Master possui atualmente 8 mil aves em ponto de abate, o suficiente para três meses de atividade. Após este período deveremos comprar estes animais no mercado, o que não será difícil.

Durante a coletiva à imprensa, Neilton contou com o apoio de representantes do Conselho Administrativo e Financeiro da Avestruz Master eleito no último dia 27 de junho. A seu favor a empresa tem um patrimônio desbloqueado e que poderia ser oferecido em garantia ao empréstimo. É a Fazenda Master II, avaliada em R$ 3 milhões.