Aestimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro é de 2,7% em 2022, segundo a mais recente edição do Boletim Macrofiscal da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia (SPE/ME), divulgado nesta quinta-feira (17/11).
As projeções para a evolução dos principais indicadores de inflação foram revisadas para baixo. Nesta edição, foram considerados os resultados da economia acumulados até o terceiro trimestre do ano.
O documento revela também que a estimativa de crescimento do PIB para o terceiro trimestre deste ano é de 3,4% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. Na comparação com os resultados do segundo trimestre deste ano, a projeção de crescimento do PIB com ajuste sazonal é de 0,4%.
Na semana passada, a SPE publicou a Nota Informativa Fundamentos para o maior crescimento econômico, destacando a importância das reformas pró-mercado e das medidas de consolidação fiscal como vetores para ganhos de produtividade e consequente aumento da tendência do crescimento para um ritmo superior ao observado nos últimos anos. “A confirmação dessa trajetória de crescimento mais elevado depende da manutenção e aprofundamento de reformas pró-crescimento e de ações que assegurem a sustentabilidade fiscal”, avalia a SPE.
A expectativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – para 2022 recuou de 6,30% para 5,85%. Os principais fatores para a alteração da projeção de inflação foram a redução dos preços administrados, menor pressão dos bens industriais e alimentos e estabilização dos preços de serviços. A projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), também do IBGE, foi reduzida de 6,54% para 6,0%. Para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), mensurado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), a projeção caiu de 9,44% para 6,11% em 2022. Tais comparações referem-se aos dados apresentados na edição de setembro do Boletim Macrofiscal.
O material da SPE destaca o recuo da taxa de desemprego para 8,7% da força de trabalho no terceiro trimestre, ou seja, queda de 3,9 pontos percentuais ante o nível do terceiro trimestre do ano passado, considerando a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do IBGE.
O documento ressalta, ainda, a continuidade da recuperação do emprego, com alta na população ocupada, diante do aumento em 12 meses de 6,3 milhões de novas vagas, tanto informais quanto formais, levando em conta informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Previdência (MTP).
Outros destaques da economia também são citados no Boletim Macrofiscal, como a alta de 3,8% na estimativa da safra de grãos (em relação à safra de 2021), conforme apontado pelo Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), do IBGE.
O material cita ainda que os indicadores de confiança (FGV) mostraram recuperação no terceiro trimestre deste ano e voltaram a apontar melhora entre empresários e consumidores, com destaque para serviços e comércio.
A estimativa de crescimento do PIB para 2023 foi revisada de 2,5% para 2,1%. A redução de 0,4 ponto percentual na estimativa do PIB em 2023 resulta principalmente da piora no cenário externo desde a data-base da última grade, com aumento das taxas de juros internacionais e redução das expectativas de crescimento de economias desenvolvidas e emergentes, informa o documento.
A SPE cita que já era esperada uma desaceleração da atividade econômica no segundo semestre deste ano, resultado dos efeitos defasados do ciclo de ajuste da política monetária. No entanto, projeta-se que os impactos advindos da elevação da taxa de juros se reduzam ao longo de 2023. Para 2024, a estimativa de crescimento do PIB permaneceu em 2,5%, conforme apresentado nas Grades de Parâmetros anteriores.
Houve também revisões nas projeções de inflação para 2023. Para o IPCA, a estimativa para o próximo ano passou de 4,5% para 4,6%. Para o INPC, a estimativa subiu de 4,86% para 4,90%. Para o IGP-DI, o índice projetado foi mantido em 4,55%.