As exportações de milho do Brasil devem alcançar 52 milhões de toneladas no ciclo 2022/23, um volume 46% superior da temporada passada, quando os embarques atingiram volume recorde.
O desempenho, caso se confirme, deverá colocar o país na posição de maior exportador do cereal no mundo, à frente dos Estados Unidos, diz André Pessôa, CEO da consultoria Agroconsult, que apresentou ontem os resultados da expedição Rally da Safra, que percorre polos de produção agrícolas em diferentes lugares do país para levantar informações sobre o andamento da produção agrícola.
Mas, segundo ele, ainda deve levar um tempo até que o Brasil se consolide como principal fornecedor global do grão. “Acredito que daqui para frente vai haver uma alternância na posição de maior exportador mundial de milho. O Brasil deve ser o primeiro colocado no futuro, mas vai levar um tempo para ele se consolidar nesse posto, como é no caso da soja”, afirmou Pessôa.
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Sobre a produção brasileira de milho, a oferta total (somando safra de verão e de inverno) deverá ser de 125,5 milhões de toneladas, ou 6,2% a mais do que em 2021/22. A área plantada, por sua vez, deve recuar 0,8%, para 22 milhões de hectares, puxada por uma queda de 3,3% na semeadura de milho 1ª safra e pela manutenção na área do milho safrinha (16,7 milhões), que foi impactado pelo atraso no plantio nesta temporada, segundo Pessôa.
Soja
A safra de soja 2023/24 na América do Sul tem um cenário mais favorável para que a colheita alcance a marca de 200 milhões de toneladas, algo que não foi possível no ciclo atual principalmente pelas condições de clima, disse o CEO da Agroconsult durante apresentação dos resultados do Rally da Safra.
“Para a próxima safra finalmente teremos uma redução de custos, preços estáveis e o fim do La Niña, o que deve estimular uma safra acima das 200 milhões de toneladas de soja”, disse. “Esse cenário vai contribuir para formação de estoque, pressionado os preço”, complementou.
A primeira estimativa da Agroconsult para a safra de soja na América do Sul indicava um volume de 213 milhões de toneladas em 2022/23. No entanto, o levantamento mais recente indica uma colheita de 189,6 milhões. A colheita de soja no Brasil na temporada 2022/23 deverá atingir um volume de produção recorde, de 155 milhões de toneladas, de acordo com o levantamento da Agroconsult.
Em janeiro, a consultoria previa colheita de 153 milhões de toneladas. De acordo com André Debastiani, coordenador do Rally da Safra, apesar da quebra da safra no Rio Grande do Sul em 2022/23, o recorde de produtividade em outros Estados brasileiros deverá compensar boa parte das perdas causadas pelo clima adverso no Sul do país.
