O Brasil deve produzir em 2021 até 4,7 milhões de toneladas de carne suína, um crescimento de cerca de 6% em relação às 4,436 milhões de toneladas do ano passado. É o que projeta a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), conforme levantamento divulgado há pouco, em coletiva de imprensa.
Desse total, a estimativa é de que cerca de 1,1 milhão de toneladas a 1,15 milhão de toneladas sejam direcionadas para a exportação, o que seria uma alta de até 12% na comparação com 2020, quando foram embarcados 1,024 milhão de toneladas do produto. Enquanto isso, para o consumo doméstico, a previsão é de aumento de 5,5%, para 3,6 milhões de toneladas este ano. Já o consumo anual per capita deve crescer 5% na mesma base comparativa, de 16,06 quilos por habitante para 16,9 quilos por habitante.
Há pouco, durante coletiva de imprensa para apresentação dos dados, o presidente da ABPA, Ricardo Santin, disse que a carne suína tem sido a estrela entre as proteínas de aves e de ovos, com um forte desempenho das exportações. De janeiro a agosto, por exemplo, o volume embarcado cresceu 11,5% na comparação com igual período do ano passado, para 757 mil toneladas. Em relação ao faturamento, a alta é de 17% nos primeiros oito meses do ano.
Segundo Santin, o cenário internacional ainda é muito positivo para as vendas externas do Brasil. Nos Estados Unidos, a entidade observa um baixo estoque de carne suína em armazéns refrigerados e acredita que o alto custo da ração deve manter a produção moderada neste segundo semestre. Na Tailândia, as agroindústrias de suínos estão fechando por causa de um novo surto da variante delta da covid-19, enquanto na Europa a Espanha vem se consolidando como o maior exportador do bloco, mas o encarecimento dos grãos e as menores exportações podem limitar o crescimento da produção no terceiro trimestre.
A China ainda é o principal destaque nas exportações de carne suína do Brasil, conforme a ABPA. E, embora a entidade esteja buscando abrir novos mercados para a carne suína, continua monitorando os novos focos de peste suína africana no território chinês, que seguem se espalhando. “Os chineses reduziram a meta de rebanho de matrizes para o período de 2021 a 2025 e a nova meta agora foi fixada entre 37 milhões e 41 milhões de matrizes”, comentou Santin. A meta anterior era de 40 milhões a 43 milhões de cabeças.
Para 2022, a perspectiva é de que a produção brasileira de carne suína fique entre 4,8 milhões e 4,85 milhões de toneladas, um crescimento de até 4% na comparação com a projeção de 2021. As exportações, por sua vez, podem ser até 13% maiores na mesma base comparativa, podendo atingir 1,25 milhão de toneladas. A ABPA informou, ainda, que o consumo doméstico tende a aumentar até 5,5% em 2022, para até 3,7 milhões de toneladas, com o consumo per capita podendo chegar a 17,5 kg/ano, 5% maior do que neste ano.