As áreas de interesse do governo queniano na parceria com o Brasil foram abordadas pela delegação daquele país, ontem, 7 de dezembro, durante reunião com o secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Gerardo Fontelles, em Brasília. “Pretendemos fazer cooperação no setor de sementes, vacinas para animais, indústria açucareira e na importação de equipamentos para mecanização agrícola”, detalha o secretário permanente do Ministério da Agricultura do Quênia, Romano Kiome.
“Eles pretendem privatizar as suas indústrias açucareiras e adotar o modelo usado no Brasil. Isso está relacionado à produção de açúcar, etanol e à utilização do bagaço para a produção de energia”, explica o secretário de Produção e Agroenergia, Manoel Bertone.
Segundo Bertone, a iniciativa abrirá caminhos para investimentos, fazendo com que o Brasil tenha parceiros no mundo no fornecimento de etanol e clientes no que se refere a tecnologias e possibilidades de novos investimentos. “A ideia é criar um mercado internacional mais amplo para essa fonte de agroenergia”, destaca o secretário
O comércio do Brasil com o Quênia é, principalmente, de produtos agrícolas, informa o secretário de Relações Internacionais do Agronegócio, Célio Porto. “Os produtos que mais exportamos para aquele país são açúcar, fumo e carnes e o que eles mais vendem são chás, já que são os maiores exportadores desse produto”, ressalta. Em 2009, as vendas brasileiras ao Quênia renderam US$ 90 milhões. Já as vendas para o Brasil registraram apenas US$ 2 milhões, no mesmo período.
A visita ao ministério deu prosseguimento ao Diálogo Brasil-África sobre Segurança Alimentar, Combate à Fome e Desenvolvimento Rural, organizado pelo governo em maio deste ano. Na ocasião, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, recebeu ministros e autoridades de mais de 26 países africanos.
Hoje, 8 de dezembro, às 14h30, a delegação será recebida, pelo presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Pedro Arraes, na sede da estatal, em Brasília.
Nova Zelândia – Na manhã de ontem (7), o secretário-executivo, Gerardo Fontelles, recebeu também o embaixador da Nova Zelândia no Brasil, Mark Trainor. As autoridades trataram de cooperação na área agrícola e de possíveis parcerias comerciais. Foram debatidos ainda temas como mudanças climáticas e suas consequências na produção de alimentos.
Os principais produtos agrícolas exportados para a Nova Zelândia, em 2009, foram café verde, suco de laranja, fumo não manufaturado e farelo de soja. O Brasil comprou principalmente máquinas, implementos agrícolas e derivados de produtos lácteos especializados do mercado neozelandês.