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AGRONEGÓCIO

Brasil fortalece relações comerciais e sustentabilidade no agro em 2023

Brasil fortalece relações comerciais e sustentabilidade no agro em 2023

Uma das principais prioridades neste primeiro ano do Governo Federal foi o esforço diplomático para restabelecer as relações comerciais do Brasil com seus principais parceiros. No Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), além de conquistar ampliações significativas e a abertura de mercados para diversos produtos agropecuários brasileiros, os esforços também destacaram as práticas de sustentabilidade e responsabilidade ambiental adotadas pelo setor produtivo perante o cenário internacional.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, desempenhou papel ativo ao realizar reuniões bilaterais com representantes de mais de 30 países e participar de missões internacionais em 13 nações. Destaca-se o acordo firmado no Japão com a Agência de Cooperação Internacional Japonesa (Jica), que prevê investimentos no programa de recuperação de pastagens degradadas, potencialmente acrescentando 40 milhões de hectares às áreas agricultáveis do Brasil em 10 anos.

Além disso, como resultado dessas interações internacionais e em busca de transparência, Fávaro anunciou no início do ano o levantamento do embargo chinês à carne brasileira, que perdurou por 29 dias após a detecção de um caso atípico de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB). A China é o principal destino das exportações de carne bovina brasileira.

No que diz respeito aos mercados, o ano encerrou com a abertura de 78 mercados em 39 países para produtos diversos do setor agropecuário brasileiro. Destacam-se conquistas como a exportação de carnes bovinas e suínas para o México, aguardada há duas décadas, e o reconhecimento internacional do mercado de algodão brasileiro pelo Egito. Além de grandes mercados, setores menores também encontraram oportunidades para expandir suas atividades.

O Brasil alcançou um marco ao se tornar o primeiro país latino-americano a adotar o sistema de “pre-listing” com o Chile para o comércio de carnes e ovos. Essa medida simplifica a habilitação de frigoríficos para exportação, eliminando a necessidade de inspeção individual pelas autoridades chilenas, uma vez que o país exportador segue as normas do país importador.

O Plano Safra 2023/2024 se destacou como o maior da história, disponibilizando quase R$ 365 bilhões em créditos e incentivando práticas sustentáveis com condições de financiamento mais favoráveis. Os recursos são direcionados ao crédito rural para produtores enquadrados no Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) e outros.

Adicionalmente, em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), foi estabelecida uma linha de crédito dolarizada para a aquisição de máquinas e equipamentos agrícolas de fabricação nacional, visando a ampliação da mecanização e a renovação tecnológica da frota de tratores e colheitadeiras agrícolas, impulsionando a produtividade no campo.

Diante das sucessivas safras recordes, o Mapa empreendeu esforços para aprimorar o escoamento da produção por meio da recuperação de estradas vicinais. Ao longo de 2023, estão sendo realizadas obras em aproximadamente 600 municípios nas 27 unidades da federação, com um investimento superior a R$ 951 milhões. Essa melhoria não apenas beneficia o transporte de produtos, mas também facilita o acesso da população rural aos serviços de educação e saúde nos municípios.

Por fim, o lançamento do Novo PAC pelo Governo Federal destinou à Embrapa um montante de R$ 983,4 milhões para investimentos ao longo de quatro anos, visando promover a competitividade científica e tecnológica do agronegócio brasileiro. Todos os 43 Centros de Pesquisa Descentralizados serão contemplados, com ênfase nas regiões Norte e Nordeste, fortalecendo o Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária (SNPA).