País que sediará a Copa do Mundo de futebol neste ano, o Catar vem aumentando as compras de carne de frango do Brasil, maior exportador mundial de proteína animal halal (produzida de acordo com os preceitos e tradições do islamismo). Só em agosto deste ano, o volume embarcado e a receita dos exportadores mais que dobraram.
Os dados são da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que representa a indústria. No mês passado, o volume embarcado foi de 13,204 mil toneladas, aumento de 131% em comparação com o mesmo período em 2021, quando os embarques somaram 5,716 mil toneladas. A receita dos exportadores passou de US$ 10 milhões para US$ 25,5 milhões (+155,2%).
Nos primeiros oito meses do ano, 72,38 mil toneladas de carne de frango do Brasil tiveram como destino o Catar, 52,8% a mais que no mesmo intervalo em 2021. O faturamento de janeiro a agosto somou US$ 141 milhões, aumento de 86%. Segundo a ABPA, o Brasil é o maior fornecedor de carne de frango para o Catar, respondendo por 60% do volume importado pelo país.
Do ponto de vista do exportador brasileiro, o Catar é, neste ano, o quarto principal destino da carne de frango do Brasil. O primeiro no ranking são os Emirados Árabes. De janeiro a agosto, os embarques foram de 319,2 mil toneladas (+44,9%), com uma receita de US$ 679,3 milhões (+81,4%).
A segunda colocação é da Arábia Saudita, para onde 233,4 mil toneladas foram embarcadas nos oito primeiros meses do ano (-14,5%), com um faturamento de US$ 581,9 milhões (+20,1%). O terceiro no ranking é Cingapura com 97,7 mil toneladas embarcadas (+39,9%) e uma receita de US$ 224,5 milhões (+68,2%).
As exportações de carne de frango halal para os países árabes crescem em meio a um cenário que a ABPA vê como demandante da proteína brasileira em escala global, junto com um crescimento de participação também em mercados asiáticos, como Filipinas e Coreia do Sul. Considerando todos os mercados para os quais a indústria exporta, 2022 tem sido um ano de recordes, com uma média mensal embarcada acima de 400 mil toneladas e uma receita próxima de US$ 1 bilhão.
O cenário positivo do comércio com os árabes é visto também pela Cdial Halal, empresa que certifica a produção e a exportação de acordo com as regras e tradições do islamismo. Na avaliação da certificadora, o mercado árabe, que já é um dos principais para o produto brasileiro, continua em crescimento, indicando que ainda há espaço para a proteína brasileira.
“Não é um mercado estagnado. Apresenta um crescimento constante, o que comprova que ainda há muitas possibilidades para que a proteína brasileira esteja cada vez mais presente no prato da comunidade muçulmana, que representa quase um quarto da população mundial”, destaca o diretor da CDIAL Halal, Ahmad M. Saifi, em comunicado divulgado pela empresa.