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Brasil sedia congresso internacional

<p>WOC 2006, maior evento da estrutiocultura mundial, acontece na Capital Paulista e traz para o setor uma amostragem do que há de mais importante na cadeia produtiva na pecuária de avestruz.</p>

Redação (25/10/06) – A Associação dos Criadores de Avestruzes do Brasil (ACAB), principal entidade no fomento da estrutiocultura do País (pecuária de avestruz), com o apoio da Associação dos Empreendedores Paulistas da Estrutiocultura (AEPE) como co-promotora realizarão nos dias 26, 27 e 28 de outubro, o maior evento do setor, o WOC 2006 World Ostrich Congress 2006.

E para comemorar os onze anos de implantação dos primeiros criatórios comerciais de avestruzes e dez anos de fundação da ACAB, o evento que é realizado a cada ano em um determinado continente, em decisão unânime durante o último Congresso Mundial, realizado em Madri, nesta edição, será realizado na cidade de São Paulo (SP). O palco deste encontro será o WTC Hotel, um dos maiores complexos empresariais do País, localizado na avenida das Nações Unidas, 12.559.

Sobre o evento

Realizado pela segunda vez na América Latina, o WOC 2006 têm como objetivo promover o intercâmbio em ciência e tecnologia entre os países produtores de avestruzes no mundo, constituindo uma oportunidade ímpar na troca de informações entre pesquisadores, cientistas, técnicos, fabricantes de insumos e equipamentos, indústrias de alimentos e rações, criadores, entre outros, interessados em trocar experiências, tecnologia e inovações na área da estrutiocultura.

Consolidado como um mega evento, o WOC 2006 é uma soma de atividades composta por outros congressos paralelos: I Latin American Ratitte Science Workshop, Americavestruz 2006 e III Worshop Paulista de Estrutiocultura. A programação dos eventos oferece para seus participantes diversas atividades em sua grade, entre elas: novidades de regulamentação do setor no Brasil, biosseguridade e controle sanitário, mercado brasileiro e internacional, programa de melhoramento genético do avestruz brasileiro, tecnologia no manejo e programas de nutrição, tecnologia de abate e processamento, perspectivas internacionais dos produtos do avestruz, capitação de recursos humanos, entre outros assuntos, todos ministrados por palestrantes nacionais e internacionais altamente qualificados.

A ACAB prevê participação de 500 congressistas e um público estimado de 1.000 visitantes durante o evento.

O avestruz no Brasil

O avestruz é a maior ave do mundo pertencente ao grupo das ratitas (aves corredoras). Devido a sua ótima adaptabilidade ao clima e condições geográficas do País o elo da cadeia produtiva de carne vem alcançando índices consideráveis. Atualmente o plantel brasileiro soma 350 mil avestruzes distribuídos por todo território nacional, tendo maior representatividade nos Estados de São Paulo, que sozinho concentra mais de 30% da criação brasileira, seguido por Goiás e Bahia, regiões que correspondem com 70% do rebanho.

No ano de 2005, o consumo de carne de avestruz chegou a 80 toneladas e a expectativa para este ano é de 200 toneladas, segundo a ACAB. No mercado mundial o produto movimenta atualmente cerca de R$ 1 bilhão/ano e destes, 25% desta parcela representa o mercado nacional.

Benefícios da carne e demais subprodutos

Uma pesquisa realizada pelo Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP, revelou informações nutricionais positivas sobre a carne de avestruz, em comparação às outras carnes. A pesquisa, orientada pela engenheira agrônoma Elizabeth Torres, mediu, entre outros itens, os níveis de caloria, proteína, lipídios, colesterol, carboidrato, proteína, cor e pH. A carne de avestruz foi comparada com carnes bovinas, suínas, frango, peru e pato, avaliando-as através dos cortes: dorso, coxa, sobrecoxa, além do coração, rim e fígado.

De acordo com a pesquisa, a carne de avestruz pode integrar dietas mais saudáveis por conter baixas concentrações de gorduras saturadas e colesterol, diminuindo assim o risco de incidência de doenças cardiovasculares. Em comparação com a carne bovina e de frango, por exemplo, a carne de avestruz apresentou o nível de colesterol em 22,7 mg/100g, enquanto a bovina apresentou 59 mg/100g e a de frango, 70 mg/100g. A pesquisa apontou, também, um alto valor protéico e descreve a carne de avestruz como um pouco mais vermelha que a carne bovina, porém, de sabor e textura semelhantes com a vantagem de apresentar cerca de 2/3 menos de gordura.

Além da carne o couro da ave também tem grande procura no mercado nacional e internacional por sua maciez, resistência e por permitir diversos tipos de tingimento e acabamento.

O couro de avestruz é o segundo mais valorizado no mundo, ficando atrás apenas, do couro de jacaré. Segundo especialistas do setor de curtume, o couro de avestruz é um dos mais duráveis existente no mercado. Suas fibras possuem desenhos em xadrez dispostos aleatoriamente, permitindo maior resistência, além de possuir uma estrutura mole, flexível e luxuosa. Atualmente, os principais mercados consumidores do produto são: Japão, Estados Unidos e União Européia.

No Brasil, o produto é conhecido em virtude do mundo fashion, sendo aplicado por marcas famosas da moda nacional e internacional na confecção de bolsas femininas, cintos, calçados femininos e masculinos, inclusive na produção de botas de cowboy e, também, na decoração de ambientes através do revestimento de estofados e artigos de decoração.

Cada animal que segue para abate rende o equivalente a 1,3 m2 de couro, sendo que até o couro das canelas do avestruz são aproveitadas.

Outro produto bem conhecido no mercado nacional é a pluma, costumeiramente vista nas festas regionais, principalmente nos carnavais brasileiros. Foi o primeiro produto do avestruz a despertar a interesse e conseqüentemente sua exploração. Hoje, as plumas, são usadas apenas para adorno. O Brasil é o maior consumidor mundial de plumas, importando entre 50 e 60/ton por ano para diversas festas populares.

Através da AEPE e junto aos seus associados, foi registrado no Estado de S. Paulo, um aumento de mais de 20% no empreendedorismo estrutiocultor, justamente porque a fase atual, pós – formação de plantel, objetiva atender a demanda já existente e em potencial do fornecimento dos produtos derivados da ave, entre carne e embutidos, couro com a fabricação de acessórios e novas grifes de roupas, e plumas. Trata-se de criadores que receberam capacitação técnica e profissional e a partir de novas e segundas empresas fomentam hoje o mercado junto ao empreendedorismo rural.

As associações

A ACAB conta com 300 associados distribuídos pelos quatros cantos do Brasil, o que representa 85% do plantel nacional de avestruzes, juntamente com 14 Associações Regionais e Estaduais e 23 cooperativas.

Já a AEPE Assoc. dos Empreendedores Paulistas da Estrutiocultura, co-promotora do WOC 2006, é a entidade de maior representatividade no Estado de S. Paulo, estado este, líder no pioneirismo e na criação de avestruzes, além da liderança em tecnologia dedicada ao segmento, representando mais de 500 criadores de todo o interior paulista. Hoje, são estas mesmas localidades de atuação da AEPE, as responsáveis pela concentração de mais de 30% da criação de avestruz em todo o Brasil. Há três anos atuando, a AEPE comemora mai um ano de seu aniversário também no WOC 2006, através do III Workshop Paulista da Estrutiocultura.

Programação do WOC 2006 no site: http://www.woc2006.com/programacao.asp