Redação (17/03/06) – A ABRE – Associação Brasileira de Estrutiocultura, através de sua Presidente Mary Zago, conseguiu junto ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, no Fórum de Competividade de Carnes, criar um sub-fórum específico para a Carne de Avestruz.
Segue abaixo a notícia do Ministério (MDIC):
Empresários e governo propõem ações para melhorar a qualidade da carne brasileira
Empresários, trabalhadores, governo e instituições de ensino e pesquisa científica estiveram reunidos ontem (9/03) no Fórum Permanente de Carnes, coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), para debater temas que envolvem as cadeias produtivas da carne bovina, suína, de aves e de carnes especiais. Da reunião saíram os encaminhamentos de ações que irão possibilitar a melhoria da qualidade da carne brasileira, a integração da cadeia produtiva, o financiamento da produção e o desenvolvimento regional e do mercado de trabalho.
As ações englobam estratégias de marketing, elaboração de um diagnóstico atual dos acordos internacionais, bem como o levantamento das barreiras sanitárias. Está em processo de finalização um estudo sobre financiamento às exportações, os gargalos e as ações existentes de incentivo às exportações.
Outra questão levantada pelos Grupos de Trabalho do Fórum para a melhoria da cadeia produtiva é a necessidade de agregar valor ao produto e com isso atender ao mercado interno e externo. Um dos objetivos estabelecidos pelo Fórum de Carnes é a modernização do parque industrial de uma forma que abranja toda a cadeia do setor.
De acordo com a diretora do Departamento das Indústrias Intensivas em Mão-de-obra e Recursos Naturais do MDIC, Aneli Dacás, ao colocar em uma mesma mesa de discussões cientistas, empresários, trabalhadores, governo e instituições de ensino, será possível estipular quais passos da ciência e tecnologia a indústria poderá utilizar para melhor alcançar os mercados.
Segundo ela, atualmente, a exportação de carnes brasileira consiste, basicamente, de peças in natura que, além de terem pouco valor agregado, são suscetíveis a muitas barreiras sanitárias no exterior. A idéia é selecionar as características da culinária brasileira e desenvolver produtos que agradem tanto o paladar dos brasileiros quanto dos compradores estrangeiros.
Para a diretora, é uma grande conquista trabalhar com a indústria de alimentos para o desenvolvimento da produção brasileira. “Estamos conseguindo uma sinergia do que estava sendo feito e pesquisado no Brasil e que estava disperso. São ações práticas, com inovação e avanço, que vão desde a embalagem até a sanidade, com perspectiva pra mudar a linha de atuação e conseguir alternativas viáveis para exportação. Com isso, conseguiremos até evitar que as barreiras sanitárias atrapalhem nossas vendas”, explicou.
Como há muita demanda de todo o setor sobre problemas pontuais, como o aparecimento de focos de febre aftosa e a ameaça iminente da gripe aviária, foi criado um grupo de trabalho Ad hoc, que irá trabalhar especificamente e pontualmente com a qualidade da carne, apoiado em três linhas de ação, a rastreabilidade, sanidade e certificação, perpassando por todos os grupos de trabalho do Fórum.
Até agora, os grupos de trabalho já detectaram alguns gargalos da produção e exportação de suas áreas e, com base nisso, elaboraram uma consulta por escrito para a indústria sobre como elas enxergam a inovação tecnológica e as dificuldades de implantá-la.
Para a coordenadora do laboratório de Bioaromas da Faculdade de Engenharia de Alimento da Unicamp, Gláucia Maria Pastore, é “inédita essa iniciativa de colocar todos os setores envolvidos com o sistema de conhecimento para alavancar o desenvolvimento produtivo”. Para ela, será muito mais fácil configurar o setor, delineando seus pontos fortes e fracos.
Segundo a pesquisadora, atualmente as instituições de pesquisa que trabalham inovações tecnológicas para a área de alimentos já vendem para o exterior a tecnologia de processamento de carnes sem sequer usá-la no Brasil. Agora há oportunidade de trazer a inovação para dentro da indústria brasileira.
Carne de Avestruz
Os estrutiocultores, ou seja, os criadores de avestruz, também estão vendo o Fórum de Carnes com um importante instrumento para melhorar a produção do que ainda é uma atividade recente no Brasil. De acordo com a presidente da Associação Brasileira de Estrutiocultura, Mary Zago, só agora se conseguiu fechar a cadeia produtiva da carne de avestruz com abate, comércio e exportação.
Segundo ela, o Grupo de Trabalho para Inserção e Novos Mercados, será fundamental para dar um suporte estratégico aos produtores, abrangendo desde a elaboração de embalagens até a exportação da carne tratada. Será feito um trabalho completo de pesquisa, desenvolvimento, apresentação e divulgação das carnes com perspectiva de inserção total da carne de avestruz no mercado interno. Além disso, foi acertada a criação de um subfórum que irá tratar só de avestruz, com foco em orientações de abate.