Da Redação 09/10/2007 – Criação na Fazenda Engenho D´Água, que já abriga plantel de quase 60 animais, a matriz pode custar R$ 800,00. Os arredores da Floresta Estadual do Uaimii, área de preservação permanente de São Bartolomeu, distrito de Ouro Preto, a 95 quilmetros de Belo Horizonte, surgem como cenário dos primeiros passos para produto comercial organizada em Minas da carne do cateto ou caititu (Tayassu tajacu).
Arisco, de olfato apurado e popularmente chamado de minijavali brasileiro, o animal se valorizou, com o consumo crescente dos cortes de caça entre a população de maior poder aquisitivo. Em Estados como São Paulo e Paraná, os criadores mostram que a atividade pode ser rentável, e, mais que isso, contribuir para a proteção de uma das espécies de vida silvestre ameaçadas pela ação de caçadores e a venda clandestina.
Foi pensando nesses dois movimentos que o engenheiro agrônomo Helton Aguiar Neves se lançou num projeto de transformar a Fazenda Engenho D´Água, vizinha das reservas de Uaimii, em modelo para a criação legalizada e profissional de caititus.
Hoje, 59 animais formam o plantel já desenvolvido na fazenda. Existe um mercado atrativo não só para a carne do caititu como também para o couro, desde que a criação seja bem trabalhada. “Precisamos dominar a tecnologia de manejo, formar outros produtores e fornecedores, alimentando uma cadeia de produto”, afirma o engenheiro agrônomo, que recorreu ao Instituto Estadual de Florestas (IEF) e Universidade Federal de Viçosa (UFV). Os resultados, por enquanto, são prova de que o animal se adapta bem à ração comercial para suínos, que pode ser complementada com frutas, hortaliças, grãos e gramíneas.
A carne do caititu chega a ser vendida na faixa de R$ 40,00 nas chamadas butiques de carnes, casas comerciais sofisticadas. Estimativas dão conta que a matriz e o reprodutor podem custar R$ 800,00 cerca de dois terços a mais na comparação com um casal de suínos, apesar da grande diferença na produtividade. Caititus criados em sistemas semi-intensivos, como o da Fazenda Engenho D´Água, têm, em média, dois filhotes por gestação, quando nascem oito a 12 filhotes do cruzamento de suínos.