Redação AI 05/12/2005 – Para o chefe do Núcleo de Atendimento e Orientações do Procon, Maurel Amorim, “não há pesquisa de mercado que comprove que os preços nas tabelas são de fato os de mercado. Qual é o referencial utilizado pela Master?”, indaga. Ele explica que, entre os cerca de 60 processos abertos contra a Avestruz Master no Procon, praticamente há uma tabela para cada investidor.
Um investidor, que prefere ter a identidade sob sigilo, se classifica como um “pequeno investidor” e conta que, após várias pesquisas, constatou que os preços adotados pela Master chegam a ser três vezes acima do mercado. “Nele (mercado), uma ave de 12 meses é encontrada por cerca de R$ 1,1 mil e na tabela da Master está cotada a R$ 3,8 mil”. O mesmo investidor destaca que, assim como na bovinocultura, existem os animais de corte e de elite, “os da Master sempre ficou bem claro que eram aves para formação de plantel e por isso de linhagem comprovada”. “Eles usam uma tabela crescente e inteligente”, admite o investidor.
O DIÁRIO fez uma pesquisa por classificados em sites especializados na estrutiocultura e encontrou, no interior de São Paulo, aves com três meses de idade e da mesma linhagem da Master, a African Black, por R$ 300, R$ 500 e R$ 600, preços de novembro de 2005. Nas tabelas da Avestruz Master, a mesma ave, na mesma faixa etária, é cotada a R$ 1,68 mil. Ou seja, a Master, com o valor de uma ave comercializada por meio de CPRs, consegue comprar até 3,5 aves no mercado.
OUTRO LADO Depois que se apresentou no último dia 24 como advogado da Avestruz Master de Cuiabá, João Batista Barros recebeu do Procon o prazo de 40 dias para entregar ao Órgão um levantamento do capital investido inicialmente por cada investidor, cópias dos contratos preliminares que antecediam ao contrato de CPR e os valores a receber de cada CPR. “Temos de descobrir este valor inicial para saber qual é a dívida real e tomar as providências cabíveis”, conta Amorim.
Barros informou que a Avestruz Master em Goiás matriz está catalogando todas as informações. “Os sistemas eram on-line, tudo que Cuiabá processava era imediatamente remetido à matriz. Não há arquivos aqui. E com os problemas no sistema de informática em Goiânia, no último dia 4, tudo foi perdido”, explica.
Barros defende que a liberdade do sócio-proprietário da Master, Jerson Maciel, é fundamental para a retomada da saúde financeira da empresa. “Quem conhece a estrutura sabe da dimensão do negócio e da qualidade que ele tem”.
VISTORIA – Nesta segunda-feira, dia 5, o Procon e CREA/MT se reúnem para discutir quando e de que forma será realizada uma vistoria na fazenda da Master. (MP)