Redação SI (27/03/06)- O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) vai comprar créditos de carbono de uma ONG brasileira para compensar as emissões geradas por causa da sua reunião anual, que acontece em Belo Horizonte (MG) nesta semana. Segundo um comunicado do BID, o banco comprará 11 mil Reduções Verificadas de Emissões (RVE, o nome formal dos créditos) da ONG Instituto Ecológica. A transação acontece por meio de uma firma internacional de corretagem ambiental, a CO2e.
O negócio vai impulsionar um projeto destinado a substituir os combustíveis fósseis queimados na Ilha do Bananal (TO) por biodiesel, que joga menos gás carbônico na atmosfera. O biodiesel alimentará bombas hidráulicas para irrigação local, tratores e geradores de energia usados por pequenos agricultores. A duração do projeto será de quatro anos.
A reunião do BID envolve algum tipo de emissão de carbono, direta ou indiretamente: pode ser no deslocamento dos participantes, na geração de energia para alimentar lâmpadas e ar-condicionado ou na fabricação do papel que será usado. Como serão 9 mil participantes, a reunião deve gerar o equivalente a 11 mil toneladas de carbono.
“Estamos comprometidos em fazer tudo que pudermos para enfrentar a questão da mudança climática na região e propiciar oportunidades de desenvolvimento sustentável às comunidades locais”, disse o presidente do BID, Luis Alberto Moreno.
A emissão de carbono na atmosfera, na forma de gás carbônico, é um dos principais causadores do efeito estufa, que por sua vez provoca aquecimento global e mudanças climáticas. A compra de créditos de carbono é um dos mecanismos de desenvolvimento limpo, que funcionam atrelados ao Protocolo de Kyoto – acordo internacional que visa justamente reduzir as emissões do gás. Ele funciona sob um preceito simples de compensação: quem emite menos carbono tem um crédito, que pode ser adquirido por quem emita mais.