A China pode estar em busca de novos países para diversificar as origens de seu abastecimento interno. As medidas acontecem silencionamente, como forma estratégica de o gigante asiático não depender de poucos fornecedores e criar uma situação de dependência para todos esses. A informação é do Money Times, que avalia que o programa deve demorar.
A questão que se coloca, segundo o portal de notícias, é como os países que atualmente precisam da China para comprar seus excedentes – e excedentes desenvolvidos justamente para o destino asiático – vão se virar quando suas margens em volumes e faturamento começarem a ser corroídas pelos novos fornecedores?
O Brasil é um dos maiores fornecedores do gigante asiático, principalmente no mercado de carnes. A avicultura brasileira é bem diversificada em termos de exportação, no entanto, o mesmo não se pode dizer do setor suinícola nacional. China e Hong Kong abocanham mensalmente mais da metade dos embarques brasileiros de carne suína.
Nesse sentido, a notícia de que a China fez um acordo bilionário com o Vietnã para o vizinho incrementar sua produção de suínos chama a atenção. A carne é a preferida dos chineses, que veem seus estoques limitados devido à peste suína africana (PSA), que se encarregou de dizimar seu plantel e gerou a corrida para outras proteínas. E foi a base da explosão das importações de carne bovina do Brasil, além das de porco e de aves.
Conforme o Money Times, com a Argentina, o atual governo de Alberto Fernández acelerou vários acordos, inclusive com parte dos negócios bilaterais já sendo conduzidos em yuan, e promessas de investimentos no país. O vizinho brasileiro já era importante fornecedor à China, inclusive em soja, e tende a crescer sob a tutela de Pequim.
Domesticamente, os chineses também têm programas para fazer crescer a produção de açúcar, soja e proteína animal, especialmente em suínos. O Rabobank estima que em 2025, salvo novo revés com a PSA, o rebanho chinês volte aos níveis do início de 2018, quando a doença se instalou. O crescimento já constante mês a mês em 2020 – 31% em 11 meses -, sobretudo na ponta estratégica de matrizes, ainda que no cômputo de 2020 ainda ficará 17% menor.