O clima adverso na Argentina ofereceu suporte às cotações de soja e milho na bolsa de Chicago, que fecharam em alta nesta quarta-feira. Os contratos da soja para março, os de maior liquidez, subiram 0,54%, a US$ 14,93 por bushel.
“A preocupação com o clima na Argentina ainda é grande. Esse fato deve continuar mexendo com os preços até que haja uma previsibilidade mais concreta sobre o real potencial produtivo do país. Até isso acontecer, haverá muita especulação”, disse Ruan Sene, analista de mercado da Grão Direto.
Amanhã, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgará seu relatório de oferta e demanda. O mercado espera ajustes na estimativa de produção na Argentina e também nos números de exportações americanas.
Milho
No mercado do milho, os lotes para março, os mais negociados, avançaram 0,15%, a US$ 6,56 por bushel. Os contratos que vencem em maio, por sua vez, fecharam em alta de 0,11%, a US$ 6,5525 por bushel. Os mapas climáticos seguem indicando pouca chuva e aumento das temperaturas na Argentina até a próxima semana. Por causa do clima adverso, agentes de mercado esperam uma revisão nos números de oferta no relatório do USDA.
A demanda por etanol nos Estados Unidos, onde o biocombustível é feito principalmente de milho, voltou a crescer, o que também sustentou os contratos futuros do cereal. A produção diária de etanol subiu 11,7% nos EUA na semana encerrada em 6 de janeiro, para 943 mil barris, em média, segundo a Administração de Informação de Energia do país (EIA, na sigla em inglês).
Trigo
O trigo também subiu. Os contratos para março, os mais negociados em Chicago, fecharam o pregão em alta de 1,23%, a US$ 7,40 por bushel, e os papéis para maio avançaram 1,18%, a US$ 7,4825 por bushel. Os preços passaram por correção técnica após três quedas seguidas. Também puxou a alta a possibilidade de o cereal dos Estados Unidos atender a demanda do Egito, ainda que siga menos competitivo que o trigo russo. “Houve alguns sinais na licitação de compra do Egito hoje de que o trigo dos EUA pode estar chegando a preços em que é possível encontrar demanda”, disse Doug Bergman, da RCM Alternatives, em nota, segundo a Dow Jones Newswires.