Na abertura do workshop “Fiagro Descomplicado: Mercado de Capitais e o Financiamento do Agro”, o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, afirmou, na quarta (12), que a “CNA segue firme na busca pela diversificação das fontes de financiamento para o agro brasileiro”.
“Estamos trabalhando para melhorar o ambiente de negócio do crédito privado e difundir novas opções de financiamento para pequenos e médios produtores. Devemos unir forças para popularizar essa parceria que já deu certo”, afirmou Martins.
Promovido pela CNA e pelo Instituto Brasileiro de Direito do Agronegócio (IBDA), o seminário ocorreu na sede da Confederação, em Brasília.
Martins disse que a casa do produtor estava aberta para sediar o evento sobre mercado de capitais e financiamento do agro, dois temas de extrema importância para a economia do nosso país.
O presidente da CNA disse que frequentes interrupções das linhas de crédito dos programas oficiais do Plano Safra, por insuficiência de recursos, trazem como consequência a redução ou até mesmo a descontinuidade de certos investimentos por parte dos produtores rurais.
“Além disso, com a elevação dos custos de produção nas últimas safras, a necessidade de recursos acentuou-se ainda mais e o setor mobilizou-se por fontes alternativas de financiamento”, disse.
Ele também falou que com a publicação da Lei do Agro, em 2020, os instrumentos privados destinados ao agronegócio tiveram um grande salto. “A relação entre o mercado de capitais e o agronegócio se estreita e se mostra vantajosa para ambos”.
Segundo Martins, os “produtores rurais têm grande potencial para captar recursos no mercado de capitais, a fim de financiar seus investimentos para garantir a produtividade, a competividade do setor e a segurança alimentar, não só do Brasil, mas de boa parte do mundo”.
E os investidores, continuou o presidente da CNA, “têm a chance de investir em um setor que oferece boas perspectivas de retorno financeiro, no curto e no longo prazo, além de grande segurança quanto ao risco de crédito e estarão contribuindo para o desenvolvimento sustentável das mais diversas regiões do país”, disse Martins.
Também discursaram na abertura o presidente do IBDA, Renato Buranello, o secretário-adjunto de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Wilson Vaz de Araújo, e o assessor especial do Mapa, Carlos Augustin.
Buranello reforçou a importância do evento para descomplicar os fundos com a cartilha Fiagro: Conceito, Características Gerais e Tributação e os painéis. “Nosso objetivo é justamente criar um espaço de diálogo entre o setor público e privado para maior desenvolvimento do crédito.”
O secretário-adjunto de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Wilson Vaz de Araújo, afirmou que o Brasil tem uma política agrícola moderna e que discutir recursos privados para o setor mostra que “estamos no caminho certo.”
Já Carlos Augustin, assessor especial do Mapa, disse que o recurso que irá financiar o setor está nas mãos do cidadão comum. No entanto, ressaltou, o desafio será “a criação de normativas”. Para isso acontecer, é preciso tornar o cidadão comum um investidor do agro.”