Líderes de instituições de caridade, tomem nota. Para obter boas doações, é bom chamar o potencial doador para um café da manhã regado a… ovo! Começar o dia com três ovos pode tornar as pessoas mais caridosas, diz um novo estudo sobre como determinadas dietas afetam o comportamento.
Pesquisadores do Instituto Leiden para o Cérebro e Cognição, na Holanda, descobriram que um composto encontrado em ovos age sobre substâncias químicas do cérebro, incluindo a serotonina, o que faz homens e mulheres doarem duas vezes mais para a caridade. A pesquisa descobriu que altos níveis de triptofano, ou TRP, um aminoácido essencial encontrado em ovos, peixes e leite, desempenha um papel importante na produção de serotonina, a substância química do cérebro que está envolvida no humor e comportamento social. Níveis baixos têm sido associados com o isolamento social e agressão.
“Pela primeira vez, investigou-se como um composto contido em alimentos podem promover a caridade”, disse a equipe de pesquisa holandesa. “O nosso estudo é o primeiro a demonstrar que ela pode ser aumentada com suplementos alimentares”.
Na pesquisa, 32 pessoas, entre homens e mulheres, fizeram uma série de testes e exames. Em seguida, 16 receberam um pó contendo 0,8g de TRP (aproximadamente a mesma quantidade encontrada em três ovos), e 16 receberam um placebo em pó.
Todos os participantes receberam 10 euros para participar da pesquisa e, no início, lhes foi perguntado se estavam dispostos a dar parte do valor para a caridade. Para testar a generosidade, caixas de doação para a Unicef, Anistia Internacional, Greenpeace e WWF foram espalhadas pelo laboratório. Após a contagem das doações, os pesquisadores descobriram que aqueles que tinham tomado o TRP deram, em média, um euro a mais que os que tomaram o placebo.
O efeito do TRP ainda não está tão claro, mas a teoria é que a oxitocina, um hormônio ligado ao comportamento social, está envolvida também.
“Pode ser provável que a vontade de doar dinheiro para uma instituição de caridade seja modulada pelo efeito que a serotonina exerce sobre os níveis de oxitocina”, disseram os pesquisadores em um artigo publicado na revista “Frontiers in Psychology”. “Nossos resultados apoiam a abordagem materialista de que você é o que você come”.