Redação (24/11/06) O evento que iniciou ainda no dia 22, reuniu suinocultores, técnicos, pesquisadores e demais pessoas envolvidas com a atividade e interessados em solucionar problemas ambientais causados por dejetos de suínos.
Após dois dias de apresentação de números, informações e discussões em torno das principais dificuldades, pontos a acertar entre outros assuntos, foi lançado no final do seminário, uma cartilha com perguntas e respostas sobre o TAC. O produto foi elaborado após inúmeras discussões através das reuniões da Câmara de Educação Ambiental e Comunicação, onde mais de duas mil pessoas participaram em todos os municípios onde está sendo implantado o TAC na região da Amauc.
Estão contemplados na cartilha, assuntos como: Aspectos ambientais da região; Sobre o Termo de Ajuste de Condutas; Licenciamento ambiental; área de preservação permanente e mata ciliar; Armazenamento e tratamento de dejetos; Distribuição e aproveitamento dos dejetos suínos e informações gerais.
O Promotor da Comarca de Ipumirim, Rafael Meira Luz, elogiou a iniciativa do Comitê em lançar a cartilha que será de grande utilidade para todos os suinocultores. Reafirmou que vai encaminhar este importante documento ao Ministério Público do Meio Ambiente de Florianópolis, para conhecimento e também ter mais informações sobre o importante trabalho que vem sendo realizado na região. De um desafio passou para uma proposta viável e agora uma realidade que vai colaborar e ser uma ferramenta útil para todos os suinocultores.
O coordenador do Comitê Regional da Suinocultura, Wolmir de Souza, disse que é um orgulho muito grande coordenar o Comitê, onde há participação de tantas pessoas competentes realizando um trabalho com tamanho profissionalismo. Não me canso de parabenizar todas as pessoas que estão a frente de trabalho. Souza lembrou ainda que há dois anos tem um projeto no Ministério do Meio Ambiente pedindo recursos para a viabilização da atividade nas propriedades suinícolas do independentes e que nesta semana ouviu a solicitação de que é necessário ainda fazer um projeto com o tamanho de cada propriedade que será beneficiada, com os custos de que cada produtor vai ter para fazer as melhorias nas instalações. Com estes dados, dentro de 10 a 15 dias quando haverá nova reunião em Brasília com Ministros para agilizar a liberação destes recursos, apresentamos este trabalho e com certeza os recursos estarão mais próximos, reforçou.
Algumas informações importantes
A primeira reunião para discutir o Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta da Suinocultura, aconteceu em 30 de outubro de 2001, coordenada pela Promotoria de Justiça e Defesa do Meio Ambiente da Comarca de Concórdia e pelo Consórcio Lambari. A assinatura definitiva do TAC aconteceu após um longo processo de discussão, em Florianópolis, na data de 29 de junho de 2004.
Quem um suíno tem um potencial de poluição médio equivalente ao de quatro pessoas? Assim, uma granja com 1.000 animais, têm um potencial de poluição equivalente ao de um núcleo urbano com 4.000 pessoas. A Amauc possui 25% da população de suínos e apenas, 3,5% da área territorial de SC.
O total de suínos na Amauc representa 10 vezes mais do que a população da região. São 1,5 milhão de suínos para 150 mil habitantes.
A região da Amauc tem 200 mil cabeças de bovinos, terceiro maior plantel de Santa Catarina, inferior apenas aos de São Miguel do Oeste e Lages.
Segundo o levantamento da Pesquisa pecuária Municipal, IBGE 2003, a microrregião de Concórdia com 29.721.790 cabeças de aves, 22, 3% da produção estadual, detém o maior plantel de SC.
Segundo o Levantamento Agropecuário do Estado de SC, a região da Amauc possui 1.547. 726 cabeças de suínos, que produzem anualmente 4.500.000 metros cúbicos de dejetos e que a área total de lavoura temporária na região é de 78.000 hectares, o que representa uma média anual de 57,5 metros cúbicos de dejetos por hectare de lavoura temporária.