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Grãos

Conab prevê possível queda nas exportações de soja e milho do Brasil

Devido à diminuição nos preços e nos prêmios de exportação, é esperada uma redução nas vendas internacionais de soja nos próximos meses

Conab prevê possível queda nas exportações de soja e milho do Brasil

Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), devido à diminuição nos preços e nos prêmios de exportação, é esperada uma redução nas vendas internacionais de soja nos próximos meses. Em maio, as exportações de soja alcançaram 15,59 milhões de toneladas, em comparação com 14,34 milhões no mês anterior e 10,64 milhões no mesmo período de 2022.

No entanto, apesar desse aumento, a Conab destaca que os produtores provavelmente optarão por manter a soja em estoque, aguardando uma melhora nos preços previstos para o segundo semestre. Esse crescimento recente das exportações se deve, em grande parte, às vendas antecipadas e ao preparo para a nova safra.

A Conab também informa que a China, mesmo importando um volume recorde de 34,4 milhões de toneladas de soja em grãos do Brasil até o momento, adotou um processo mais demorado de inspeções para as cargas que chegam ao país. Isso tem resultado em tempos de liberação mais longos e em um fluxo mais lento e custoso no território chinês, o que pode atrasar o comércio com o país asiático.

Quanto ao milho, as exportações já apresentaram uma leve queda, totalizando 0,38 milhão de toneladas em maio, em comparação com 0,47 milhão de toneladas observado em abril. Essa redução é influenciada pela diminuição dos prêmios e cotações, o que tem impactado significativamente as vendas externas.

Thomé Guth, superintendente de Logística Operacional da Conab, destaca que as excelentes condições da safra brasileira neste ano, aliadas ao início do plantio da safra americana, estão pressionando os preços em Chicago, devido às previsões de uma oferta mundial recorde. No entanto, a seca esperada nos próximos dias nos Estados Unidos tem elevado os preços devido às preocupações com as condições climáticas.

Além disso, a Conab destaca a implementação do novo corredor de importação de fertilizantes do Arco Norte, no porto do Itaqui, em São Luís/MA. Essa nova infraestrutura interliga terminais no Maranhão e em Tocantins, facilitando o transporte de grãos até o porto do Itaqui e o retorno com a importação de fertilizantes. Essa melhoria na cadeia produtiva de grãos contribui para buscar autossuficiência no abastecimento de fertilizantes e pode resultar em economia significativa, já que o frete ferroviário pode ser até 40% mais barato que o rodoviário em trajetos superiores a 800 quilômetros.

Em relação aos preços de fretes rodoviários, houve aumento médio das cotações em alguns estados, como Distrito Federal, Piauí, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, enquanto ocorreram variações negativas em outras praças, como Paraná, Minas Gerais e Tocantins. Bahia e Goiás mantiveram valores contratados estáveis.

Quanto ao escoamento de milho, os portos do Arco Norte voltaram a ganhar participação em relação aos demais portos do país, representando 35,8% da movimentação nacional em maio, comparado a 26,1% no mesmo período do ano anterior. No caso da soja, 38,9% das exportações brasileiras foram escoadas pelo porto de Santos no mesmo período, em comparação com 40,9% no ano anterior. As cargas para exportação tiveram origem principalmente em Mato Grosso, Goiás, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul.