Capim de qualidade para o rebanho só pode ser encontrado entre os meses de outubro e março, época de chuva, luminosidade e temperatura ideais para que as pastagens sejam boas e fartas. No entanto, esta sazonalidade tem estimulado um número crescente de pecuaristas a confinar os animais, quando chegam ao peso de 14 arrobas, até alcançarem as 18 ou 19 arrobas, quando ficam prontos para o abate.
O “Rally da Pecuária”, evento realizado no ano passado em parceria pelas consultorias Bigma e Agroconsult, projetou um aumento de 18% a 20% deste sistema de produção para 2012. “Devemos chegar às 4,2 milhões de cabeças”, avalia Maurício Palma Nogueira, diretor da Bigma. Em 2011, os animais confinados somaram 3,39 milhões.
Segundo o diretor, o avanço da agricultura sobre áreas de pastagens é outro fator que motiva o pecuarista a reavaliar a tradicional criação do boi a pasto. Ele crê que o produtor busca maior eficiência no rateio de custos com outras atividades da propriedade ao adotar este sistema.
“Os maiores custos do confinamento são o próprio animal e a sua alimentação”, comenta Nogueira. Segundo ele, só a dieta representa entre 22% e 35% do custo diário do confinamento. “É comum encontrarmos diárias operacionais girando de R$ 0,80 e R$ 0,95, por animal, consideradas um bom valor”, conclui. O “Rally da Pecuária” percorreu 30 mil quilômetros em 2011, abrangendo nove Estados que concentram 75% do rebanho e 85% da produção nacional.
Até o fim do primeiro semestre, a Associação Nacional dos Confinadores (Assocon) também pretende finalizar um censo próprio sobre a quantidade de animais confinados. O objetivo da entidade também é obter informações precisas sobre o volume de grãos (milho e soja) e subprodutos consumidos, como bagaço de cana, polpa cítrica e caroço de algodão na atividade de engorda intensiva nas regiões produtoras.