O estudo que a Farsul vem realizando sobre o consumo de carne no mundo aponta uma grande mudança em relação à carne suína. O levantamento, que abrange de 1990 até as projeções para 2028, utiliza dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e mostra uma transformação no cenário. No início do período, países da Europa e América do Norte eram os maiores consumidores per capta do planeta. Em 2020, a Coreia do Sul assume a primeira posição, com o Vietnã em segundo e a China em terceiro.
O economista-Chefe da Farsul, Antônio da Luz, destaca não apenas o reposicionamento, mas o volume de crescimento que houve nos países asiáticos. “Chama a atenção quando olhamos o crescimento desses países. A China, por exemplo, dobra de tamanho. Sai de cerca de 15 kg por habitante e vai para 30 kg. O Vietnã quase triplica, em 2020 atinge 30,5 kg, sendo que em 1990 o consumo era de 8,2 kg”, comenta. “Mas, sem dúvida, o grande destaque é a Coreia do Sul, que em 1990 tinha registro praticamente zero de consumo per capta de carne suína e em 2020 lidera o consumo mundial”, completa.
Luz indica que as mudanças econômicas ocorridas nos anos 1990 foram responsáveis por esse novo quadro. “Na Ásia nós tivemos a grande explosão do consumo. Justamente naqueles países com mudanças no seu sistema econômico na década de 1990. É o caso da China, Vietnã e Malásia, fora também temos a Rússia que teve uma mudança importante saindo de níveis muito baixos para um consumo de cerca de 20 kg por habitante ao ano. A queda do muro de Berlim, sem dúvida, mudou a trajetória do consumo de carne suína no planeta”, avalia.