Entidades contrárias ao novo calendário para o plantio de soja elevaram a pressão sobre o Ministério da Agricultura pela revogação da norma. Em carta enviada na terça-feira à ministra Tereza Cristina, associações, cientistas e lideranças do setor, como o ex-ministro Roberto Rodrigues, defendem que as novas janelas com até 140 dias para semeadura da oleaginosa instituídas pela Pasta “elevam o risco fitossanitário com a proliferação da ferrugem asiática no país” e “colocam em xeque a sustentabilidade do sistema de produção da cultura da soja no Brasil”.
A CropLife Brasil, entidade que representa empresas de biotecnologia e defensivos agrícolas, a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), a Fundação Mato Grosso e o Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS) pedem a imediata revogação da portaria que instituiu o calendário.
As entidades também sugerem a criação de um Comitê Nacional de Fitossanidade, de caráter consultivo, com a participação de especialistas do ministério, órgãos estaduais de defesa sanitária vegetal, Embrapa, entidades públicas e privadas, com o objetivo de implementar o Programa Nacional de Controle da Ferrugem Asiática da Soja (PNCFS) e definir uma nova calendarização do plantio de soja no país. Ontem, a Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) se reuniu para propor uma posição sobre o tema.
Depois de atender pedidos de Mato Grosso do Sul e da Bahia e restabelecer o calendário original para cultivo da soja nesses Estados, o ministério ainda não atendeu a solicitação do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (IndeaMT) no mesmo sentido