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Criação de avestruzes no Brasil já reúne 1,5 mil produtores

Diversidade de negócios paralelos aumenta o retorno dos investimentos no setor.

Redação AI 02/02/3004 – 05h10 – Cresce cada vez mais no Brasil o interesse pela criação de avestruz, introduzida no Brasil em 1996. Atualmente, estima-se que existam cerca 50 mil aves e 1,5 mil produtores em território nacional. De acordo com a Associação dos Criadores de Avestruzes do Brasil (Acab), as taxas de rendimento desses investimentos têm ficado entre 30% e 50% ao ano.

“O abate tem se multiplicado no país, e o interesse pela ave também”, afirma o presidente da entidade, Celso da Costa Carrer.

Segundo Carrer, o principal segredo da valorização contínua da criação de avestruzes é o fato de o cultivo gerar vários negócios paralelos. Além da carne, o couro, as plumas, os filhotes e até mesmos os ovos inférteis, os bicos e as unhas das aves têm valor comercial. O Brasil, por exemplo, é o maior importador mundial de plumas de avestruz: compra em torno de 15 toneladas por ano, que são usadas nas fantasias de carnaval e em outras festas típicas do país.

Há ainda outros apelos, como a qualidade nutricional da carne. Pesquisa da Universidade de São Paulo (USP), por exemplo, mostrou que a carne de avestruz tem menos gordura, colesterol e calorias do que outras, inclusive de frango e peru. A aparência e o sabor, porém, são bem semelhantes ao das carnes vermelhas.

“É uma carne parecida com o filé mignon”, garante Giovanni Costa, sócio de duas empresas do setor no Brasil, a Avestro, especializada na produção de carnes, e a Struzzo, fabricante de artigos de couro de avestruz.

A desvantagem ainda é o preço. Segundo Costa, um quilo de carne de avestruz custa em média R$ 55, mais do que o dobro do valor cobrado por uma peça de filé mignon ou de picanha. A expectativa de empresários, no entanto, é de que o preço caia conforme a produção aumente no país.

Comparada com a de outros países, a produção brasileira ainda é pequena, de cerca de 30 toneladas por ano. Para se ter uma idéia, a África do Sul líder mundial, que detém em torno de 70% do mercado internacional produz 30 toneladas por dia, quase 11 mil toneladas por ano, de acordo com Costa.

Segundo o empresário, o faturamento do setor tem crescido cerca de 20% ao ano. Ele e Carrer dizem que a aceitação do produto é ótima e que ainda é preciso conter a divulgação para poder atender à demanda. Isso porque a maioria das empresas iniciou o abate das aves adquiridas em 1996 apenas no ano passado.

Boa parte das empresas do setor se concentra em São Paulo e no Centro-Oeste. Os motivos são o clima e a vegetação. Os avestruzes são animais típicos das regiões mais áridas da África e, por isso, as características do Centro-Oeste e do interior paulista são propícias à criação.