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Criar avestruzes soltos reduz custos em 30%

Importada de Israel, a técnica de criar avestruzes soltos no pasto a partir do segundo dia de vida resulta uma queda de 23% no índice de mortalidade.

Redação AI 15/04/2003 – Importada de Israel, a técnica de criar avestruzes soltos no pasto a partir do segundo dia de vida resulta em uma redução de custos da ordem de 30% para a atividade e ainda uma queda de 23% no índice de mortalidade.

Quem já adotou a técnica e comprovou os resultados no Brasil foi a Fazenda Pé Forte, localizada em Uberaba (MG). Segundo os administradores da fazenda, a nova técnica permite uma redução de custos nos produtos para a higienização dos galpões e no número de funcionários necessários para que a limpeza seja realizada.

“Em confinamento, os filhotes não desenvolvem completamente a flora bacteriana intestinal necessária para uma maior sobrevivência do animal, o que acarreta um alto índice de mortalidade”, explicou o gerente-técnico da Fazenda Pé Forte, Mauro Figueiredo.

Segundo Figueiredo, o índice de mortalidade do avestruz criado a pasto desde cedo é de 12%, enquanto o animal criado em confinamento tem uma mortalidade de 35%. “Quando criados em confinamento, os filhotes dormem em cima das próprias fezes, que são ricas em amônia. Isso causa falta de apetite e faz com que o animal tenha uma vida útil mais curta futuramente.”

A empresa investiu até agora, entre instalações e a aquisição da tecnologia israelense, R$ 5 milhões em 3 anos de fundação da fazenda, e possui 400 reprodutores adultos e 2.300 filhotes.

Para este ano, haverá mais investimentos ainda não totalizados. A Pé Forte irá obter a concessão de um frigorífico, também com tecnologia de Israel, para abater as aves e retirar o couro com o padrão exigido pelos países europeus. “Iremos adquirir primeiro um maquinário para limpar e beneficiar o couro e continuaremos comprando as máquinas conforme os acordos forem sendo fechados.”

O abatedouro será instalado próximo à fazenda, pois dessa forma os custos são reduzidos, em função de não haver necessidade de fretes mais longos.

Mercado

No Brasil há hoje cerca de 90 mil aves, sendo 20 mil em idade adulta. O País conta com cerca de 1,5 mil criadores distribuídos em todo o território nacional, com destaque para o Estado de São Paulo, que detém 40% de todo o rebanho. O mercado de avestruz movimenta pelo menos US$ 2 milhões por ano.

O mercado desse tipo de ave é muito promissor. Aproximadamente 25% do animal é carne, vendida a R$ 80,00 o quilo. Os outros 65% são de couro, que é comercializado por US$ 280,00 a peça de um metro e meio.

Para suprir a demanda de carne de avestruz, comparando com a carne bovina, seriam necessárias 550 mil matrizes para apenas 10% da carne bovina consumida diariamente na capital paulista.