Os custos de produção da avicultura e da suinocultura continuam apresentando patamares elevados, em 2016, devido aos gastos do produtor com energia elétrica, combustíveis, milho e farelo de soja, insumos utilizados em larga escala pelos criadores de frangos e suínos. Em várias regiões do país, os criadores reduziram o total de alojamentos dos animais devido à disponibilidade reduzida de grãos, reforçada pela quebra de safra nos principais estados produtores.
O diagnóstico foi apresentado pelo engenheiro agrônomo da Universidade de São Paulo (USP) e pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), Marcos Debatin Iguma, no encerramento do 2º Seminário Nacional do Campo Futuro, cujos debates ocorreram ao longo desta quarta-feira (26) no auditório da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em Brasília.
Investimentos – Diante desse cenário, segundo levantamento feito pelos técnicos do projeto Campo Futuro, avicultores e suinocultores estão enfrentando dificuldades para fazer novos investimentos em seus projetos. Essa situação acontece porque, na maioria das regiões analisadas, o produtor só está conseguindo cobrir o Custo Operacional Efetivo (COE), que engloba as despesas do dia a dia da produção.
Um dado relevante a ser considerado, no caso da suinocultura, segundo explica Marcos Iguma, é que o aumento dos preços do milho e do farelo de soja afeta mais os 40% de produtores independentes. No caso dos criadores integrados (parceria com a indústria), esse custo é absorvido pela empresa.
Aquicultura – No debate anterior, relativo à situação do setor pesqueiro do país, a pesquisadora da Embrapa Pesca e Aquicultura, Andrea Elena Pizarro Muñoz, no painel sobre Aquicultura, fez relato resumido sobre as peculiaridades existentes nos diferentes polos aquícolas do país. Segundo ela, “percebe-se equilíbrio entre os custos quando há emprego de mão de obra contratada, nos casos de empreendimentos com maior receita bruta anual”.