Redação (17/07/07) – Segundo fonte européia, o presidente da comissão, o britânico Neil Parish, fechou os trabalhos dizendo que a maioria dos 20 deputados presentes quer a suspensão imediata da importação de carne do Brasil, e por isso os comissários europeus de Agricultura, Mariann Fischer Boel, e de Saúde e Segurança alimentar, Marcos Kyprianou, deveriam tratar do tema em reunião da comissão no segundo semestre. Outra fonte garantiu que só dois deputados foram explícitos ao exigir a proibição; outros teriam pedido esclarecimentos.
A reunião foi convocada para ouvir o relato de missão irlandesa que, após visita ao Brasil, fez questionou por que a UE ainda está aberta à carne bovina brasileira. O deputado britânico Stuart Stevenson, do partido conservador, falou em "catálogo de desastres", sugerindo que a importação coloca a saúde humana em perigo.
Em reação, o diretor do Escritório Veterinário e Alimentação (FVO, em inglês) da UE, Colm Gaynor, disse que o relatório dos irlandeses não era representativo e tentou tranqüilizar os deputados. Lembrou que sete missões de veterinários foram enviadas ao Brasil em dois anos e nunca foram encontrados traços de hormônios, uma das acusações dos irlandeses. Reconheceu problemas na rastreabilidade, mas disse que UE pediu que o Brasil faça melhoras até o fim do ano e que uma missão irá ao país averiguar se isso ocorreu.
Deputados não-britânicos praticamente não entraram no debate. O holandês Thijs Bernam, socialista, sugeriu "moderação" ao agir com terceiros países. E apoiou a Comissão a dar "três meses" ao Brasil para reagir. Outro socialista, o francês Stephane Le Foll, disse que o importante é definir como se regulamentam trocas internacionais. "Deixamos nossa mensagem clara", comemorou o agricultor irlandês William Taylor.