A Estrada de Ferro Paraná S/A (Ferroeste), empresa pública que administra o trecho ferroviário entre Cascavel e Guara, divulgou nesta quarta-feira (16/03) os resultados consolidados da empresa no triênio 2019-2021 . O destaque é o lucro registrado nesses três anos, os primeiros da história da companhia.
Em 2019, a empresa teve lucro operacional de R$ 450 mil. O valor triplicou em 2020, chegando a R$ 1,4 milhão, e, no ano passado, quase quadruplicou, alcançando R$ 5,44 milhões.
O relatório com os resultados foi entregue ao governador Carlos Massa Ratinho Junior pelo diretor-presidente da Ferroeste, André Gonçalves, durante uma conversa sobre os novos projetos da companhia. “É uma conquista história para a Ferroeste e que mostra que estamos no caminho certo, com uma gestão profissional. Reorganizamos a máquina pública e nos tornamos muito mais eficientes para o setor produtivo”, disse o governador.
Gonçalves creditou o bom desempenho da companhia a planejamento e gestão. No ano passado, por exemplo, o desempenho na movimentação foi 13% superior a 2020. “Melhoramos os indicativos em todas as frentes, o que se traduziu num resultado financeiro cada vez mais positivo”, disse.
Em três anos, a empresa conseguiu aumentar em 37,65% o número de contêineres transportados em 37,7% volume de grãos transportados. O documento também aponta os investimentos feitos no período. Foram mais de R$ 10 milhões em obras, reforma de locomotivas e vagões, em sistemas de segurança e equipamentos. Outros R$ 8,1 milhões serão aplicados neste ano.
Os investimentos resultaram em ganho de tempo, segurança e performance. Os custos operacionais caíram 35% em três anos, enquanto o índice de incidentes ferroviários foi reduzido em 50%. A segurança aumentou graças a instalação de computadores de bordo nas locomotivas, além de detectores de barreira em pontos críticos. “Hoje a Ferroeste é considerada uma das ferrovias mais seguras do País”, relatou Gonçalves.
CORREDOR LOGÍSTICO – Para o governador Ratinho Junior, o projeto da Nova Ferroeste, que foi um dos destaques da 26ª edição da Intermodal South America, na terça-feira (15), em São Paulo, deve alavancar ainda mais a movimentação pelos trilhos e será fundamental para a economia do Estado.
A Nova Ferroeste vai ligar Maracaju, no Mato Grosso do Sul, ao Porto de Paranaguá, ampliando e modernizando o trecho já existente entre Cascavel e Guarapuava. Será um novo corredor logístico, com capacidade para transportar já no primeiro ano de concessão 38 milhões de toneladas.
A previsão é que a nova linha férrea de 1.304 quilômetros de extensão seja responsável por transportar 70% dos contêineres de frangos e suínos do Brasil.
O projeto também se destaca por seu mínimo impacto ambiental. O traçado foi priorizado em áreas sem vegetação. Na Serra do Mar, o desenho da ferrovia inclui túneis e pontes, que causam menor impacto ambiental se comparado às técnicas de terraplanagem. Serão 10 túneis (total de 7,9 quilômetros), 25 viadutos e quatro pontes (que juntos somam 16,4 quilômetros), além de dispositivos de passagem de fauna para evitar acidentes com animais.
“O Governo do Estado já investiu R$ 40 milhões nos estudos deste projeto. Será a segunda maior ferrovia do País, atrás apenas da malha paulista”, disse Ratinho Junior.
A Nova Ferroeste deve ir a leilão na Bolsa de Valores ainda neste primeiro semestre. O investimento estimado é de R$ 29,4 bilhões.