Os resultados das exportações de carne brasileira confirmam o que o mercado já esperava: a Rússia tem feito a diferença nos negócios desde que deu mais espaço ao produto brasileiro, habilitando novas unidades aos embarques.
Não é preciso conter a euforia com crescimento que chega à casa dos três dígitos. A receita em outubro com as vendas de frango, por exemplo, foi 46,3% maior em relação ao mês anterior e 305,2% na comparação com outubro de 2013. Em volume, os números também impressionam: foram 33,61 mil toneladas embarcadas, alta de 60,2% ante setembro deste ano e 455,7% na comparação com outubro do ano passado.
Ainda assim, é recomendado que se trace uma estratégia, dado o histórico de instabilidade do mercado russo, que abre e fecha suas portas sem dar maiores explicações.
É necessário encontrar equação capaz de garantir que eles continuem comprando produto brasileiro mesmo se as relações comerciais com os Estados Unidos e com a União Europeia – estremecidas devido à crise com a Ucrânia – voltarem à normalidade.
Atualmente, o Brasil tem 40 frigoríficos de aves e 12 de suínos com aval para negociar com a Rússia.
– Temos de sair desse processo com uma fatia maior do que entramos – admite Francisco Turra, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal.
Russos sempre mantiveram um sistema de compras por cotas, em que o Brasil aparecia em plano secundário, disputando com outros países o espaço que sobrava.
A vitrine que estamos fazendo agora, com mais espaço, pode ajudar a conquistar lugar cativo daqui para frente. Além de do dever de casa na sanidade – para suínos, a exigência é por produção livre do aditivo ractopamina -, o Brasil, afirma Turra, é bem-visto por não cobrar preços “exploratórios”.
A ideia é aproveitar para estreitar relações. Em 2015, os russos vêm em nova missão, ainda com data por definir.