De acordo com analistas do Cepea, da Esalq/USP, a produção recorde pode não se concretizar devido ao clima seco em dezembro, cenário que antecipou o ciclo das lavouras implantadas em setembro, prejudicando o potencial produtivo em muitos estados do País.
Já a oferta de milho deve subir na temporada 2018/19, devido aos maiores patamares de preços do cereal e ao rápido semeio da soja na primeira safra, que favorecerá o cultivo da segunda temporada de milho.
Assim, de acordo com informações do Cepea, os excedentes internos devem aumentar, mesmo com o maior consumo, o que pode pressionar as cotações. A Conab estima que a safra verão brasileira deve totalizar 27,37 milhões de toneladas, 2,1% maior que a anterior. Quanto ao consumo, é estimado em 62,5 milhões de toneladas, elevação de 4,4% no mesmo comparativo.
As exportações de carne de frango e carne suína começaram 2019 com resultados positivos. Neste inicio de ano, o Brasil embarcou 94,7 mil toneladas de frango, um valor de US$ 522,4 milhões. Com apenas três dias úteis a média diária ficou em 20,3 mil toneladas, 16,3% a mais que em dezembro e 13,9% maior que a média de janeiro de 2018.
Já as exportações de carne suína iniciaram 2019 com a 8,1 mil toneladas embarcadas na primeira semana de janeiro, o que representa um valor de US$ 16,1 milhões. Com apenas três dias úteis a média diária ficou em 2,7 mil toneladas, 12,3% maior que a média de dezembro e quase 30% a mais que no mesmo período de 2018.
Ainda na suinocultura, os maiores produtores da China cortaram drasticamente estimativas de lucro, após a rápida disseminação da peste suína africana afetar preços e a demanda por carne suína. As advertências surgem depois que a China confirmou cerca de 100 surtos de peste suína africana desde agosto do ano passado em 23 províncias. Não há cura nem vacina para a doença, que é mortal para os suínos, mas não atinge as pessoas.
Na avicultura, a persistência da crise econômica que afeta o mercado interno brasileiro foi um dos maiores percalços para a carne de frango no varejo. Apesar de ser a mais barata das proteínas, o consumo pela população registrou queda em 2018, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Os dados observados em 2018 apontam para uma redução da disponibilidade per capita por habitante/ano, de 45,2kg em 2017 para 44,4kg em 2018. No período de 12 meses, houve aumento de preços para o frango vivo, o resfriado e o congelado. No caso do frango vivo, a alta foi de 18,8%, aponta o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).