Com um crescimento de 20% ao ano e cinco milhões de aves produzidas por mês, o mercado de frango caipira deve manter os índices de crescimento em 2016. O que assegura o bom desempenho do produto, mesmo em ano de crise econômica, é o diferencial do produto, que hoje chega a custar até três vezes mais que o frango industrial nas gôndolas dos supermercados.
“A qualidade, sabor, segurança e saúde que o produto agrega são fatores que o consumidor tem assimilado na hora de pagar melhor pelo produto”, diz o presidente da Associação Brasileira de Avicultura Alternativa (Aval), Reginaldo Moriwaka.
A diferenciação do produto começa pelo sistema de criação. As aves são abatidas com cerca de 70 dias de vida, um acréscimo de 25 dias em relação aos frangos terminados no sistema industrial.
Outro particularidade está no manejo nutricional, pois a ração que recebem é livre de componentes que aceleram o desempenho. Em 2015, todas essas regras de criação foram publicadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Para Luiz Ricardo Bianchi, empresário e avicultor, o marco regulatório traz segurança ao setor. “Acreditamos que isso garante a seriedade de pessoas que vão participar deste processo. É necessário ter um padrão de qualidade acentuado e estável.”
As regras incluem outras questões relativas ao manejo, como sanidade e melhoramento genético, que resultam em rusticidade e bom desempenho. Dentro do galpão são acomodadas 12 aves por metro quadrado, com diferencial também nos piquetes, que têm uma área de pelo menos 0,5 metro quadrado por ave. O pastejo é um fator de bem estar animal, que facilita o trabalho na granja, avalia Donizete Ciconato, que abandonou o sistema industrial para se dedicar à criação do frango caipira há dois anos.
“O piquete tira praticamente quase toda a mão de obra durante o dia, porque o frango fica sossegado lá fora. Não tem mão de obra pra cuidar aqui dentro. É só abrir a porta da granja que a ave entra e sai sozinha”, avalia o granjeiro.