Redação (04/12/06) – A paranaense Diplomata paralisou temporariamente as atividades em uma planta industrial em Guarujá do Sul, no oeste de Santa Catarina. Segundo o diretor-geral da Diplomata, Agostinho Dallavale, a parada é temporária, mas a data de retorno não está definida. O embargo russo à carne suína de Santa Catarina foi o principal motivo para a paralisação do frigorífico que tinha 160 funcionários.
Dalllavale disse que o plano da empresa é retomar o abate, mas algumas mudanças precisam ser feitas para que a unidade seja lucrativa. O frigorífico de Guarujá do Sul foi adquirido pela Diplomata em março deste ano e entrou em operação em maio, dando início a um novo segmento na empresa, até então focada em aves e embutidos.
Segundo Dallavale, a planta foi adquirida porque existia a expectativa de que o mercado russo seria em breve reaberto às carnes de Santa Catarina, o que não aconteceu. O Estado está embargado desde 13 de dezembro do ano passado, por conta dos focos de aftosa no Paraná e Mato Grosso do Sul.
O embargo impediu que a empresa vendesse para a Rússia, e fez com que a produção tivesse que ser escoada para o mercado interno e para outros países menos lucrativos como os da América do Sul e da África. “Não eram esses os mercados que buscávamos quando adquirimos a unidade. Pretendíamos exportar para países onde a remuneração é maior, como é o caso da Rússia”, diz.
Além da trava russa, a Diplomata iniciou as operações comprando suíno de produtores independentes. Assim, muitas vezes, teve de pagar mais caro pelo suíno por causa da forte procura dos frigoríficos gaúchos por matéria-prima.
O diretor-geral da empresa afirmou que, apesar dos problemas, a Diplomata não vai desistir de atuar no abate de suínos e pretende reestruturar as operações em Guarujá do Sul para que opere com rentabilidade mesmo em conjunturas menos favoráveis. Segundo ele, serão investidos cerca de R$ 10 milhões na unidade para modernização e ampliação já em janeiro de 2007. As mudanças elevar o abate e ganhar escala. A intenção da empresa é passar o abate de 750 suínos/dia para 2 mil suínos/dia.
Outro plano da Diplomata é fazer parcerias com suinocultores da região, de forma que estes passem a trabalhar integrados, diminuindo assim seus custos e assegurando a produção. De acordo com Dallavale, serão necessários entre 250 e 300 produtores integrados.
Embora a barreira do mercado russo continue e não exista uma perspectiva de quando esse mercado será reaberto, Dallavale disse que a empresa está otimista e se preparando para uma reabertura do mercado russo. “Um dia isso vai ter que acontecer”, afirmou.