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Diretor-geral da FAO propõe internacionalização da Embrapa

Para José Graziano, o Brasil está em fase de transição da condição de receptor de ajuda internacional para a de colaborador.

Diretor-geral da FAO propõe internacionalização da Embrapa

O diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), José Graziano da Silva, defendeu ontem (24) a internacionalização da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) como uma espécie de agência de cooperação técnica, durante palestra no colóquio ‘A Importância da Sociedade Civil Nacional e Internacional para a Segurança Alimentar e Nutricional’, em Porto Alegre.

O encontro foi organizado pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) do Rio Grande do Sul no Palácio Piratini, como atividade de abertura do Fórum Social Temático, que prossegue até a próxima segunda-feira na capital gaúcha.

Para Graziano, o Brasil está em fase de transição da condição de receptor de ajuda internacional para a de colaborador e, nessa condição, deve oferecer ajuda técnica aos países que precisam, especialmente na área de produção de alimentos e na África.

Em sua primeira visita ao Brasil desde que assumiu o cargo, no início deste mês, Graziano revelou que a FAO está recriando seu departamento de cooperativismo, fechado porque não houve reposição de funcionários aposentados.

“É isso que dá deixar a burocracia sem comando político, sem visão política do que é prioridade”, criticou.

O diretor-geral do órgão revelou que ‘boas práticas’ da agricultura familiar e do cooperativismo no Rio Grande do Sul devem ser difundidas pelo departamento.

Graziano reconheceu que trabalha com um orçamento apertado – em torno de US$ 1 bilhão por ano – e que a ordem tem sido gastar o mínimo possível com papéis e viagens de funcionários, trocando inclusive a primeira classe por alguma mais econômica em voos de duração inferior a nove horas.

O diretor-geral da FAO também elogiou o governo da presidente Dilma Rousseff por partir para a busca ativa de miseráveis, pessoas que não têm nem documentos e muitas vezes se tornam ‘invisíveis’ à sociedade.

“Essa é uma inovação extraordinária”, avaliou, para afirmar que, com isso, o Brasil pode erradicar a fome até o final desta década. “Não é aceitável conviver com a fome e a miséria em nenhuma democracia”, ressaltou.

“O Brasil acordou para essa realidade e está lutando para mudá-la”, sentenciou o diretor-geral, ex-ministro no primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva.