Redação AI 06/12/2004 – Minas Gerais é o maior produtor de café do Brasil. A cultura ocupa um pouco mais de 1 milhão de hectares e tem uma força econômica muito grande no estado.
Mas o café não dá bons resultados todo ano e o cafeicultor tem que pensar em alternativas. Essa é a orientação da Associação dos Cafeicultores de Araguari. “O produtor, quando sua atividade não é remunerada, precisa buscar maneiras de fazer com que ele possa continuar sua atividade principal”, avalia Reinaldo Caetano, presidente da associação.
A iniciativa, que vem dando certo, é a de associar a lavoura de café com a criação de perus. Dos 400 cafeicultores de Araguari, 50 aderiram ao projeto, que está sendo montado em parceria com um grande frigorífico nacional. A empresa fornece as aves para a engorda e a ração e se compromete a comprar todo o lote. Além disso, oferece assistência técnica. A construção do galpão fica por conta do agricultor.
José Rubens Trevisan entrega a cada quatro meses um lote de 5.000 perus, remunerados a 2,50 a cabeça. Logo, a receita de cada lote chega a 12.500 reais. As despesas com a criação e com o salário dos empregados somam perto de 6.900 reais, lucro, portanto, de 5.600 por lote. Além dessa renda, a cama das aves é aproveitada como adubo na lavoura ou é vendida para os vizinhos.
No início Rubens estava desconfiado afinal, criação de perus nunca foi o negócio da família. “Trocamos informações com outros granjeiros, aprendemos e conseguimos chegar a um bom resultado, que ficar assim por um bom tempo ainda”, afirma.
A criação de perus não é a primeira experiência de diversificação dos produtores de café da região. O principal consórcio utilizado por eles é com o maracujá. Outros cafeicultores também plantam legumes e verduras.