O dólar abriu em alta nesta quinta-feira (19), saltando para R$ 5,45, ainda refletindo a piora da percepção de risco no Brasil.
Às 9h07, a moeda norte-americana subia 1,40%, cotada a R$ 5,4505.
Na quarta-feira, o dólar fechou em alta de 1,94%, a R$ 5,3751 –maior patamar desde o início de maio. Com o resultado, passou a acumular alta de 3,17% no mês. No ano, o avanço é de 3,62% ante o real.
Cenário
A maior tensão nos mercados nos últimos dias ocorre em meio ao aumento das incertezas políticas e fiscais na cena doméstica e também por renovadas preocupações com a inflação elevada e as perspectivas sobre o ritmo de recuperação da economia.
Analistas têm citado a escalada da tensão política e iniciativas do governo federal com potencial efeito negativo na trajetória da dívida pública e nos juros de longo prazo, em especial a tentativa do governo de patrocinar projetos que abrem brecha para a elevação dos gastos no ano que vem, que é de eleição presidencial.
Do lado externo, a pressão vem da expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) possa começar em breve a reduzir seu forte estímulo monetário em breve.
Com crescentes riscos fiscais e políticos, a tendência é que o real sofra renovada pressão de alta no próximo ano, avalia Brendan McKenna, economista do Wells Fargo. Atualmente, o banco americano projeta que o dólar fechará o segundo trimestre de 2022 a R$ 5,40 e, no fim do ano que vem, alcançará o patamar de R$ 5,60.